Morrendo Aos Poucos

Mima

 

Morro aos poucos, sem alarde,

como a lua que se esconde,

meu olhar ficou covarde,

minha fé… se fez horizonte.

 

Os dias passam sem nome,

e o tempo, cruel, não para.

Há um silêncio que consome,

como lâmina que não sara.

 

Quando ouvi o médico falar,

o chão fugiu dos meus pés,

o mundo parou de girar,

e eu perdi quem eu era de vez.

 

Desde então, sou despedida,

em fragmentos, sem perdão,

cada riso é uma ferida,

cada noite, um coração.

 

E ninguém vê, mas eu sinto,

meu corpo pedindo abrigo,

morro aos poucos, em instinto,

mas levando o sonho comigo.

 

E se um dia eu não acordar,

não chorem, deixem estar…

às vezes, pra continuar,

é preciso… parar.

 

  • Autor: Mima (Offline Offline)
  • Publicado: 8 de outubro de 2025 21:40
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 8


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