As salas de aula parecem cheias de vozes, risadas e movimentação, mas, se olharmos com atenção, veremos algo escondido por trás dos cadernos abertos e das telas iluminadas: uma melancolia silenciosa que muitos alunos carregam.
Ela não é sempre visível. Às vezes se esconde num olhar cansado, num suspiro diante de uma prova, na falta de entusiasmo para responder a uma pergunta simples. Outras vezes aparece no corpo que está presente, mas na mente que vaga para bem longe.
Essa melancolia nasce de muitos lugares: da pressão em ser perfeito, do medo de decepcionar, da comparação constante, da falta de tempo para viver fora da escola, do peso das expectativas. Nasce também da solidão disfarçada, da sensação de não ser ouvido, de que suas dores são pequenas demais para importar.
No fundo, cada aluno carrega uma batalha invisível. E a escola, que deveria ser espaço de descoberta e crescimento, tantas vezes se torna palco de ansiedade, cobrança e silêncio forçado.
A melancolia dos alunos é um pedido de pausa, de escuta, de acolhimento. É o coração dizendo que aprender não pode ser apenas decorar fórmulas e datas, mas também encontrar sentido, encontrar lugar, encontrar-se.
Porque só quando a escola aprender a enxergar o que os olhos não mostram, os alunos poderão estudar sem sentir que precisam esconder dentro deles a parte mais humana que possuem: a fragilidade.
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Autor:
Brunna Keila (
Offline)
- Publicado: 8 de outubro de 2025 16:53
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 12
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., Lane Félix
Comentários2
Nossa! Que lindo!
Muito Obrigado!
Seu texto é profundo e necessário. Muitas vezes, focamos tanto no desempenho acadêmico que esquecemos de olhar para o ser humano por trás das notas. É urgente que a escola seja também um espaço de escuta, empatia e acolhimento — onde a saúde emocional dos alunos seja levada a sério. Que possamos transformar a educação em um ambiente onde a fragilidade não seja escondida, mas respeitada e cuidada. Obrigado por dar voz a algo que tantos sentem, mas poucos conseguem expressar.
Eu agradeço a você por compartilhar essas belas palavras comigo! Eu também já fui assim, o que me fez desacelerar da vida acadêmica foram as doenças que eu contraí por ser "perfeita demais", e de forma alguma dar espaço a Brunna que queria falar enquanto eu ouvia em silêncio. Foi necessário para mim dizer isto. Muito Obrigado!
Gratidão por ser sincera e por expor essas palavras lindas....
Abraços poéticos.
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