Após uma fase da minha vida, observei que eu não chorava mais como na minha juventude, onde eu vivia intensamente minhas emoções.
Com os anos da vida adulta foi acrescendo responsabilidades e com ela muitos fardos. E um deles é que eu não poderia mais “chorar”, transparecer meus sentimentos, que eu deveria sempre aparentar e afirmar que estava bem.
Assim fui forjando um novo “EU” — forte, séria e resiliente —
Eu não me permitia chorar e nem sentir. Quando os sentimentos vinham, eu os abafava ou fugia, não permitia vivê-los.
Por me negar a isso, fui me envenenando aos poucos, até que um dia, com as reviravoltas da vida, fiquei sem chão.
Todas as emoções rejeitadas tomavam conta de mim.
Elas gritavam e se agitavam, mas eu não as reconhecia.
Cada emoção tem seu próprio nome, mas ainda continuo não sabendo “os seus significados”.
Nessa busca, venho percebendo que preciso abraçá-las e convidá-las para fazerem parte da minha vida.
Confesso que está sendo dolorido.
É como conviver com pessoas que você não conhece.
Assim são os meus sentimentos, eu não os conheço e não sei seus vários nomes.
Aos poucos vou aprendendo e, em consequência, reaprendendo a chorar.
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Autor:
Cosmo Rem (
Offline)
- Publicado: 6 de outubro de 2025 23:12
- Categoria: Espiritual
- Visualizações: 3
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