Tenho medo —
não do fim,
mas do quase,
do “espera um pouco”,
do “e se” que fica,
do “e se” que não passa.
Deixar a promessa escapar — distraída,
enquanto corro atrás — do urgente,
apagando fogo — com gasolina,
sem notar — a água que dança ao meu lado.
A vida é, às vezes,
guarda-chuva fechado,
num dia de quase chuvisco,
ou o carregamos em vão,
ou o esquecemos — no canto da parede.
Tenho pressa de parar,
anseio de esperar,
viver o hoje — que já está acontecendo,
abraçar o dia sem a espera.
Tenho urgência —
de um amor sem pressa,
sem pressa para ficar,
sem pressa para ir embora.
E que eu fique inteiro,
mesmo que o medo
às vezes
me acompanhe,
como sombra,
que assombra,
mas não impede
de viver.
@opoetatardio – Pedro Trajano
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Autor:
Trajano (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 30 de setembro de 2025 14:59
- Comentário do autor sobre o poema: O temor do quase e a coragem do agora.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 2
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