Tatuagem não sai nunca mais.
É cicatriz intencional, cravada na carne,
na camada mais funda da pele —
aquela que o tempo não consegue polir,
que nem as lágrimas ou o sol sabem apagar.
O amor é parecido.
Marca invisível, mas igualmente eterna,
cravada na parte do peito
que o tempo não tem acesso.
Mas nem todo amor é assim.
Há tatuagens temporárias
que a água dissolve como mentira antiga,
e há amores que a dor
lava para fora com lágrimas.
Nem por isso deixam de ser amor —
apenas foram feitos para durar o tempo que precisavam.
Para tatuar, é preciso pensar duas vezes.
Para amar, não se pensa.
O amor chega como agulha sem aviso,
fura todas as defesas e
estampa na alma o que quer.
Raros são os amores-tatuagem,
esses que permanecem vivos
na mais funda camada do ser.
Alguns, no entanto, se parecem mais com cicatrizes —
marcas que carregam lições envenenadas,
histórias que juramos nunca repetir,
mas que, no fundo,
sabemos que um dia vamos.
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Autor:
Maicon Rigon (
Offline)
- Publicado: 29 de setembro de 2025 12:38
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 6
Comentários1
Um poema para refletir.
Boa Noite!
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