Apelidaram de orgasmo o ápice de um corpo em êxtase,
Mas ainda não há nome para o que sinto contigo.
Porque “prazer” se alcança até sozinho,
E é muito pouco para definir.
É mais que pele,
É mais que carne.
É uma explosão que a boca não sabe pronunciar.
Até tenta,
Mas sempre resulta em gemidos indecifráveis.
Quando entrelaço meu corpo no teu,
Não é só sexo,
Não é só amor,
É a fusão dos dois —
O ápice de um e de outro.
Mas ainda falta o verbo
Que defina o delírio de nós dois.
O olhar que grita, a alma que responde,
O suor que se mistura, o corpo que já não sabe
Onde começa um e onde termina o outro.
É fome e sede,
É o gosto do instante,
Do agora,
Do impossível de se nomear.
Mas a pele, ah, a pele…
Com o toque que fere e salva,
Com o cheiro que se entranha
Como se o meu corpo fosse feito
Só para o teu.
É a união do corpo e da alma,
O vazio e o preenchimento,
A busca e o encontro.
Ainda não deram nome
Ao nosso amor insano,
Ao delírio que desafia a língua.
Mas, se um dia esse nome existir,
Que ele seja uma homenagem a ti —
Que te celebre em pelo menos duas sílabas,
E que seja cantado,
Gravado no coração da língua portuguesa.
E de língua entendemos bem não é mesmo?
Deem um nome a essa loucura, por favor!
Para que se eternize,
Não só em mim,
Mas em todo aquele
Que um dia ousou
Gozar e amar ao mesmo tempo.
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Autor:
Maicon Rigon (
Offline)
- Publicado: 18 de setembro de 2025 08:19
- Categoria: Erótico
- Visualizações: 5
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