Capítulo I
O urubu sob a lua
Matutina, um monte de terra
Sob - a copa de árvores!
Espantados voam
(Quanto pássaros já engolidos)
Pergunta-se o gato?
Capítulo II
A) Logo direi, ou: Logo, direi? (de "paradoxos da vida cotidiana")
B) Sonhos de uma borboleta: eu não entendia, até que te encontrei para ficar em completo silêncio...
C) Amar é - estar consigo se estar com ninguém.
D) Encasquetar é: o barco abarcar até o que não lhe cabe.
E) ...
(...)
Capítulo III
Seu amor para mim, como lânguida dormente no meu ócio.
Não me esquece ao passar, mesmo como nuvens que intransformadas jamais ficam,
Pois, me amam simplesmente como se dá, e nem mesmo como o se quereria fazer,
Seu princípio ideal existe somente no agora, no aqui sua perfeita forma.
Capítulo IV
Estava de pés descalços numa praia, e esperará até o sol baixar. Era tarde escurecida.
Nada, pois sabia dos passantes, ainda que apesar dos ventos no rosto: lento era o relâmpago rasgando o céu de seu obscurecimento!
Almejam resolver o dito, por apenas observar. Nada! Aconteceu, ouvidos sensíveis, ora acontecendo por fim - pássaros pousados na escuridão, mas alguns flutuam sobre as nuvens...
O cão advinho, curioso. Cujo mundo tinha limites no faro da tarde.
Ociosa vida de cansar a solidão do lugar. Interesse de signos vazios.
Poupar sua procura era a praia da paisagem, era o mesmo que perder-se por ali.
Havendo, os dois já eram. Companheiros resoluto, seja lá o quê... bem, não por acaso por algo procuravam. Armanho, de pés descalços ainda perdido no tempo...
Vendo o cão, caminhava. Que coragem de faltar ao animal peludo, descansava. Mas, não de intrometer era a coragem que lhe cabia. Não afeito: uma vez que isto fosse.
Estacar. Solto sem dono.
Corresponder no mundo não passava de uma concha de igual sentimento.
Não era de estranhar, mas o animal notou sua presença estranha. De forma estranha, ficou. Olhando a esvaziar repentino!
A areia da praia cavou!
Azul escondido, era um lindo lugar para o cão. Água que escorre pelo buraco, as frestas do vento simulando, areia umedecida desfazendo...
Ficavam - quantas ondas derra
madas pelo espaço.
Estrelas já não estariam ali a serem jogadas no Cosmos, espaço à cima.
Faltar? Nada... mas, perscrutara!
Artimanha por vontade própria, nem mesmo o observador inteligente.
Armanho era diferente, pois não diria estar ele ali por acaso?
Foram-se juntos. Apenas o vento tomou por encargo o destino da noite.
Antes na solitária concha, solitários. Antes em silêncio, calasse. Antes ninguém movido por água no horizonte (sem pesar ao coração): desaparecessem.
Mas, não...
Largo horizonte, além disto! À mesma praia, não retornando viriam entes não mencionáveis.
Habitação espraiada:
- Vozes do vento, cores esvoaçantes, peixes escaldantes, conchas com silêncio escorregando pelo espaço.
Pois, aqui estava então. Simplesmente por estar sem razão. Seu ocaso ecoando, saturado pelas horas.
O retorno de Armanho sem o cão, é o significado de estar. Estranhar a hora passar. Curioso, tudo deixar ficar.
Por nada melhor explicar, quem dera dali ser de alguém chamada ao melhor momento.
Deixada no tormento -
sem respostas, refletir; sem ressentimento, significar: sem, sem, sem... apenas amanhecer, tocante ao quê?!
Suficientemente tarde para ser, semi deserto da semi noite.
Morava ali, porém sem mover perguntas.
Debate sonolento dos peixes, ao verem a exposição da secura de suas espinhas... o que era aquilo, o qual para fora apenas sol
- sem na água lugar à ficar?
Alguém notara o peso do lugar?
Capítulo IV
Uma Flor nas Sombras da Kabuki
Não há resposta para a pergunta mais simples que já imaginei! Qual, neste amplo campo de celestial florimento, a mais maravilhosa das flores?
Nesse local de flores incontáveis e beleza indescritível, minha questão perdeu o sentido. Como poderia pensar, porque existiria uma única flor que trouxesse perfeição aos meus olhos?
Então, suspeitei que meu coração transbordava ardentemente de paixão, e cachoeiras correram dos céus, como se a manhã estivesse nascendo ali.
Nesse sonho efêmero, não havia flor pela qual escolher para te dar. No entanto, não haveria nada mais a ser questionado, senão a tua falta agonizante.
Pois, tudo era intocável, indizível e inalterável, que o universo pulsava em seu ser.Era indecifrável e me levou a despertar do sonho.
E então, passei a procurar por ti.
Quais outros mundos por trás de seu véu kabuki haveria de ser transformados? Seria o seu nome inapreensível e imperscrutável?
Capítulo V
Palavras perdidas
Encontrar alguém que nos faz bem, é como andar em nuvens passageiras. Sem tuas mãos para segurar, não cabe pôr em palavras os pensamentos de que erros são reais ou que a dor existe.
Como as brancas imagens no céu não cessam de se transformar, expressar pelo olhar perdido no infinito.
Posso te ter nas mãos, mas logo as lembranças levariam tudo à distância. É por isso que estou aqui, e tenho medo da tua ausência.
Não por não te ter - não nos distraímos à toa, mas ao olhar para dentro a tarde se tomou em um incêndio desmedido. E depois, o que enxergaria?
Quem diria que existem palavras amorosas soterradas no espaço vazio?
Se as cores se desmanchavam em lágrimas, e os pássaros pararam de cantar, as palavras pelo avesso do tempo se dissipam.
Que palavras haveria para agarrar?
Capítulo VI
Adentro a noite, e roço o pelos de uma raposa negra sonolenta na mansidão. Percebo tuas mãos, onde estão.
Não peço que me aceite, para não acordar a criatura de pelos tão sedosos.
Fazemos carícias no vento, não discutimos com o destino.
Por mais que a noite ascenda para o dia, a raposa não se torna dourada ou avermelhada. São nossas perfeições que ela carrega.
Não quero disputar com ela, parece traiçoeira e sagaz. Ardem seus olhos fechados dentro da noite, e jamais aquieta a sua cauda.
Numa singular trovoada
À nuvem parada chorava pétalas
Se fores, de teu próprio destino esqueço.
Vermelha escuridão de linhas distorcidas
Sobre os olhos de grous repousantes na mansidão serena,
Perdendo-se ao chamar atenção de quem passa.Não é mais que, ou senão mais que
Um mero ocaso, à zona da insegurança.
Revolta de cisnes, em meio a presença, sua natureza -
jamais se fez notar.
Pelo vento que sopra
Peixes nadantes nas superfícies dos olhos
Quando saltam, encontram outros olhos, os quais jamais alguém notou.
Capítulo VII
No Vazio sem você
Sequer uma noite passou sem que o sol houvesse retornado. Cometeu um erro incalculável. No núcleo do mundo revirado pelo caos da mente, sua voz perdeu. Trágica morte de emoções pretensamente visionárias. Apesar disso, nenhum dia existiu sem o retorno eterno entre o sol e a lua.
Mas, do nada surgiu os opostos entre si, e nisso percebi que dormia à sua espera. No afã de sair de um mundo onde as expressões de amor estão vendidas, sabia algo. Que onde você estava apenas uma brisa suave batia em seu rosto, comunicando o meu silêncio.
Ele dizia que silenciando-me, desejava o áfano toque de teus lábios, numa tarde tenra sem milagres... Esperando de um sonho feito rio esmeralda translúcido, que surgisse do desejo incabível, o transplantar de imperiais vergéis.
Então, no Vazio da mordida de uma delicada fruta branca e de um roxo fosco, poderia encontrar no sabor de mil avermelhadas lágrimas brilhantes, o seu encanto. E, sob o fixo olhar de um peixe mágico amarelo, ascenderíamos pelos odores de uma eterna primavera.
Capítulo VIII
Leve partida
Se insisties em buscar no pensamento
não é, senão, porque não estás comigo.
Já vi o fim do ano passar e não voltar
meus sentimentos se afrouxaram e agora sem rumo estão, fugidios.
Então, se no vermelho da flor que não murchou,
não disse o que sinto por ti, não se deleita no instante presente.
Já os outros, elas passam como rios
sem lembranças de um momento assim,
também escapam do fluxo natural da correnteza das águas se num dia a dia.
Houver repreensões de arrependimentos
que estourando como bolhas,
saltando por estômagos de perdições inabaláveis.
E se sentando comumente
em sonhos incertos,
à certeza de uma mariposa que não pousa.
Não diria, degrau por degrau, desta vertigem,
o quanto custa voltar atrás?
FIrmo-me sem rumo me estabelecer
teus dias em lábios proferem feitiços,
aos prazeres mais horrendos de sofrimentos míticos.
Mas, que profere a mim, e é causa de angústia,
então, fico sem chão querendo o teu amor.
Contudo, tua vida é cura para mim
uma desdita de olhar do teu mistério,
seus efeitos causam fluxos aos meus pensamentos.
Como se vindo ver-me com fruta amarga nas mãos,
a qual não me familiarizo.
A beleza já desolada por não dizer do tanto que já se engasgou,
desconcertar-me ao voltar da luz à escuridão!
Capítulo IV
Vamos lá fora
A beleza floresce
Sem você.
Olhar sentimental
Estou pensando em te esquecer
Sentimentalismo não me.afetam mais
Tentando tantas comunicações passageiras, sem finalidade(s)
(Encontro) nas incongruências o meu passar.
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Autor:
Igor Kato (
Offline)
- Publicado: 18 de setembro de 2025 07:01
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 1
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