Solidão

Leonardo Santos

Me veio à mente um raio de cometa

Que via agora aqui em minha luneta

Sim, estou aqui sozinho

Mas a solidão me acompanha

 

Uma casa tão grande - esbelta

Um vaso azul celta

Um quadro de bela formosura

Uma estátua grega de beleza pura

 

Acho que vivi demais o presente

E esqueci de meu passado ausente

Esqueci de onde vim, de onde vivi

Os amigos que pelo caminho perdi

 

Mas agora sinto o que não queria

A solidão que se bate em meu peito

Que vai se aproximando de meu leito

Que achei que jamais a veria

 

Agora solto passos lentos na escada

A batida logo é ofuscada

O som lento some mais rápido

Mas deixa em ouvidos o eco sápido

 

Meus choros não são ouvidos

Acho que nem chegam aos meus ouvidos

Minha lágrima escorre pela mão

E segue lenta pelo vento ao chão

 

Toco agora um piano sem som

Bebo um vinho que não é bom

Fumo meu cigarro sem tragar

Solto um grito sem gritar

 

Lhe dou um abraço

Mas você não estava aqui para abraçar

 

Agora cá estou - solitário

Sim, é solidão

Cheguei aonde poucos chegam

Mas este é o destino de todos que amam - É sim, a solidão

 

  • Autor: Leonardo Santos (Offline Offline)
  • Publicado: 17 de setembro de 2025 15:58
  • Comentário do autor sobre o poema: Um pouco do que penso sobre solidão.
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 1


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