CREPÚSCULO (soneto II)

... poeta do cerrado ... Luciano Spagnol



Cai a tarde no cerrado, numa sedução

Lusco-fusco, que do horizonte emana

E o vento numa brisa quente de verão

Assopra as palhas da velha choupana

 

O Inambu-chororó e sua triste canção

Por todo o planalto, soturno dimana

O céu rubro, constelado, ó fascinação

Corado manto, tanto, de graça insana

 

O contemplar arde a chama a apagar

Onde a noite se fazendo todo ouvido

Saracuras, bacuraus, sapos a coaxar

 

Rumorosos, atrativo que avulta o peito

E que faz o devanear mais embevecido

Neste crepúsculo de uma beleza feito.

 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

16 setembro, 2025 – 19’32’ – Araguari, MG

 

Protegido por Lei de Direitos Autorais (9.610/98)

Se copiar citar a autoria – © Luciano Spagnol - poeta do cerrado

 



Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.