Curvas em Frio, Calor em Pele
No frio que dança na vidraça embaciada,
há um fogo quieto, uma chama delicada.
É ela — a mulher de curvas desenhadas,
por deuses febris, em noites encantadas.
O vento a toca, mas quem sente sou eu,
no arrepio que em sua pele floresceu.
Sob o tecido, o contorno se insinua,
obra-prima de alma e carne nua.
As curvas, poesia que o olhar percorre,
sinuosas trilhas onde a razão escorre.
Cada gesto seu, um convite ao delírio,
e o frio? Ah, o frio se rende ao seu brilho.
Seu sorriso rompe a névoa do inverno,
é verão no olhar, calor eterno.
Os lábios, promessa de abrigo e ternura,
são fogo que aquece, são doce loucura.
E no aconchego do edredom e da noite,
seu corpo é abrigo, é pele que açoite.
É abrigo e tormenta, é calma e desejo,
é um mundo curvado num simples beijo.
Bela mulher, és calor em estação errada,
és sol escondido em manhãs congeladas.
Teu corpo é poema, teu riso, canção,
e o frio, coitado, sucumbe à paixão.
-
Autor:
SADE (
Offline)
- Publicado: 15 de setembro de 2025 10:29
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 2
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.