O auto da minha vida
Comparada a uma narrativa católica
Um canto de Luis de Camões.
Mas como se não há qualquer glória?
Mas também não é uma luta inglória.
Do alto do meu patamar miro
As conquistas a serem alcançadas,
E ainda faltam planos, ambições.
Onde consegui-las, qual engrenagem
Movimenta a vida - meu Deus!
Eu tenho sido um santo?
Mas até santos possuem missões.
Por esse lado, tenho vivido uma missa,
Sem louvar nem glorificar a Deus.
Deixo a desejar, deixo de desejar.
Quais mares navegar?
Quais monstros enfrentar:
Cila ou Caribdis?
- Me ajuda, Ulisses!
O que mais me glorifica
É a minha descendente.
O que mais me motiva
É a minha Dinamene... dois anjos!
Às vezes rezo, às vezes desprezo.
Insulto a Deus e blasfemo contra mim.
Quem nunca foi santo algum dia?
Do Auto da Barca do Inferno,
Com certeza não escaparei.
Mas pelo menos as moedas
Para Caronte eu guardei.
Alma malfadada, amofinada.
Corpo de guerreiro
De guerra que se luta
Para perder menos.
A busca pelo Eldorado,
Uma travessia além mar.
Uma ambição,
Ao menos uma missão.
Sei que elas virão.
Duas refeições ao dia,
O café da manhã e o jantar.
E poder descansar e sonhar
Com um sentido para
O auto da minha vida.
(Dydimo Rezende)
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Autor:
Dydimo Rezende (
Offline)
- Publicado: 14 de setembro de 2025 15:33
- Comentário do autor sobre o poema: O Auto da Minha Vida é um poema de travessia e introspecção, onde o eu lírico se vê como protagonista de uma jornada espiritual e emocional. Inspirado por mitos, clássicos portugueses e dilemas existenciais, o texto mistura fé, culpa, ambição e amor em versos que oscilam entre o sagrado e o profano. É uma busca por sentido, não para glorificar, mas para compreender o próprio caminho.\\\\r\\\\n
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 2
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