Poema: Macau: Entre Mar e Memória

# Macau: Entre Mar e Memória

**Por Claudio Gia**  
*Macau RN, 09/09/2025*

Nas águas que abraçam a terra,  
Chegaram os portugueses,  
Ilhas de Manuel Gonçalves,  
Alagamar e suas belezas.

Porto de Ama, grande sonho,  
Salinas que o tempo acaricia,  
Gaspar Wanderley, em seu trono,  
Desbravou com ousadia.

Holandeses tentaram reinar,  
Índios em luta, em seu lar,  
Santiago, Alencar,  
Camará, a história a pulsar.

O sal, riqueza que se foi,  
Dois séculos de glória perdida,  
E a esperança em cada hoje,  
Na luta da gente querida.

Mecanização, o tempo cruel,  
O Porto Ilha, um sonho em vão,  
Barrilha e o mar, um triste fel,  
O destino jogou a canção.

Pescadores em busca do mar,  
Proibidos de perto navegar,  
O petróleo, que caiu a brilhar,  
Royalties que não sabem ficar.

Macau, terra de tanta luta,  
Entre sombras e luzes, um dilema,  
Emancipação ou história absoluta,  
São 150 anos em um poema.

Hoje, só resta a memória,  
Do que já foi e não se vê,  
Macau, em sua trajetória,  
Ainda luta para renascer.