Afogada

Ana

É como nadar em mar aberto,
sem ilha, sem cais, sem resgate 
eu me afogo na intensidade que só eu alimento,
sopro vida num fogo que às vezes parece arder sozinha.

E me pergunto, quase em prece, quase em grito:
você consegue me amar mais?
mais fundo, mais alto, mais inteiro,
ou meu coração é só eco no seu silêncio?

Eu sinto a paixão escorrer pelos meus poros,
a pele implorando pelo toque,
a alma clamando pelo gesto.
Você realmente me deseja? Demonstre.
Não com palavras que evaporam,
mas com atos que gravem cicatrizes bonitas.

Porque amar é mergulhar sem medo,
e eu já mergulhei.
Mas o oceano pede reciprocidade,
ou o afogado sou sempre eu.

  • Autor: Ananimo (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 9 de setembro de 2025 19:46
  • Categoria: Triste
  • Visualizações: 11


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.