POR AÍ

Arlindo Nogueira

Eu andava pelas bordas do mar

Num evolar de cultos perfumes

Sob o luar há translinear lumes

Na duna dum vento namorador

Que soprava a maresia do amor

Eu vi você entre ondas aparecer

Tal qual as estrelas no anoitecer

Que brilham nas pétalas da flor

 

Tu és o construto do instante já

Embebendo o meu ser de desejo

O adocicado salivar do seu beijo

Umedece meus olhos e vira mar

Que transborda e me faz sonhar

Entre os caracóis da imaginação

Nos excitantes pulsar do coração

E nos desejos íntimos de te amar

 

Por entre os renques de buritis

Você é o sombrear alado e real

Que me persegue me faz tiritar

Tem essência duma adolescente

Risca e rabisca feliz e contente

O seu destino você mesmo pinta

Transferindo a cor da sua tinta

Que embeleza e encanta a gente

 

Você é exótica é flor de indaiás

Tens um colorido cheio de zelo

Cintila em seus fios de cabelos

Excitando a vontade de te segui

Eu não posso ficar distante de ti

Você alugou meu coração tirano

Que pulsa nas ondas dum oceano

Para encontra-la andando por aí

 

  • Autor: Arlindo Nogueira (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 6 de setembro de 2025 14:38
  • Comentário do autor sobre o poema: Escrevi a poesia “Por aí", expressão que se refere a algo que foi feito de forma contínua; novamente e de novo. Tipo a frase "se repetindo por aí", que traduzido para o inglês e´: "repeating over and over again". Essa expressão “Por aí” tornou-se popular como: -A gente se vê por aí”, ou seja, “em qualquer lugar”, isto é, qualquer outro lugar, um outro lugar que não este em que nos encontramos agora. O advérbio “aí”, está oculto no verso “Tu és o construto do instante já”, que é a persistência no tempo do presente da vigência do tempo do passado como possibilidade do tempo futuro. A nossa poesia retrata a expressão “por aí”, nos seguintes versos: “Eu andava pelas bordas do mar”, “Por entre os renques de buritis”, “Para encontra-la andando por aí”. São versos que expressam a subjetividade do poeta, ou seja, relativo à percepção, aos sentimentos ou às opiniões versificadas, e não é baseado em fatos objetivos. Por exemplo, a sensibilidade de descrever uma “linda mulher” é subjetiva, pois depende da interpretação e sensação do escritor poético. Por conseguinte, a subjetividade é caracterizada como algo que varia de acordo com o julgamento de cada tema, evoluindo de acordo com o sentimento de cada pessoa. Boa leitura da nossa poesia e, lembre-se de declama-la “por aí”.
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 2


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