Pensar em ti — que dor tão profunda,
Meu coração treme, o peito afunda.
É como estar na casa do Senhor,
Aprendendo a orar, pedindo amor.
Não esqueço o que juntos vivemos,
Entre risos, lutas, sonhos que tivemos.
Se a alma pudesse ser dividida,
A tua em mim seria bem-vinda
Nos dias tristes, és meu consolo,
Mas lembrar-te torna o ar mais oco.
O teu colo — meu abrigo, meu chão,
Hoje é ausência, é solidão.
A tristeza já faz morada,
E a alegria… está calada.
Como sorrir sem ter teu olhar,
Se uma barreira insiste em ficar?
Grito teu nome, com toda a alma,
Na esperança de que isso te acalma.
Perco-me entre desejo e razão,
Sem saber qual é a direção.
A razão cala, o coração fala:
"Segue o amor, mesmo sem fala!"
Vejo o sol, contemplo a lua,
Mas não encontro a tua rua.
Que sorte é essa, de morrer chorando,
Com os olhos em pranto, o peito sangrando?
Será que sentes o que ainda carrego,
Ou és sombra num sonho que já não pego?
De joelhos, já nem sei rezar,
Mas o teu nome sei declamar.
Só tu me fazes reler os mandamentos,
Entre fé, saudade e tormentos.
Teu nome é chama que não se apaga,
Ecoa em mim, feito voz que embriaga.
Prometo gritar, até enlouquecer,
Pois só gritando te volto a ver.
Se estás nesta cidade, responde,
Deixa que o destino te aponte.
Precisas saber, minha querida,
Que a saudade é faca ferida.
Não sei se foi a tempestade cruel
Que te afastou, levou-te ao céu…
Ou se o mundo te calou de vez,
Roubaram-te a voz, levaram-te os pés.
Faz tempo que vivo às escuras,
Entre memórias tão duras.
E se partiste para sempre, então,
O nosso segredo morre no coração.
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Autor:
Filho de Branco (
Offline)
- Publicado: 4 de setembro de 2025 02:15
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 5
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