No firmamento, uma valsa oculta começa,
a noite plena em véus sombrios se expressa,
o sol irradia, mas a lua não cede,
e um eclipse singular se sucede.
Tal qual o abraço de enamorados,
que no tempo vagueiam, isolados, obstinados,
no instante em que se encontram, o mundo treme,
e a alma emudecida, em sofrimento geme.
O dia vacila, a luz vai se esvaindo,
a noite surge, ousada e transcendendo,
os ventos sussurram histórias ancestrais,
como se o universo comigo falasse.
As aves emudecem, a terra se curva,
o fulgor solar pouco a pouco se turva,
num anel flamígero, delicado e dourado,
um arco incandescente cerca o Brasil amado.
E no âmago de quem presencia a cena,
há algo intenso que jamais se amena,
a fé de que nos céus há uma mensagem,
um acordo celestial, livre miragem.
Pois quando sombra e luz se entrelaçam,
um traço divino no tempo se traçam,
e a humanidade, em silêncio profundo,
contempla o beijo celestial fecundo.
E quando a lua, enfim, se retira,
o sol renasce, e a manhã se inspira,
ficamos tocados, naquele momento,
por um evento atemporal e pungente.
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Autor:
Helio Gamer (
Offline)
- Publicado: 1 de setembro de 2025 22:25
- Categoria: Triste
- Visualizações: 1
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