Quando o sonho nos fala,,,

Ontem.
Vivi tudo que tinha direito.
Num sonho de agora.
Mas quando dei conta.
Que o tempo tão der repente passava.
Corri.
Mas não o alcançando.
Tive que me conformar.
Com a bandida da realidade.
Não do que queremos.
E sim do que somos.

Hoje.
Pensei que daria tempo.
De moldar o mundo com as mãos.
Num suspiro de esperança.
Mas o agora virou ontem.
Sem que eu percebesse.
Corri também.
Na ânsia de reverter o fim.
Mas tropecei nas certezas.
E abracei o que sobrou:
A dura paz do que é.
Não do que buscamos.
Mas do que carregamos.

Por onde anda aquele passado.
Onde andei com tanta pressa em direção a um presente.
Que depois de aberto.
Me deixou tão deprimido.
Que se tivesse volta.
Remendaria o passo mau dado.
Que por opção nem fiz questão de concertar.
Quem saiba.
Pé ante pé.
As coisas fossem outra.
Para que essa saudade.
Tão infortuna.
Nem viesse incomodar.