CANTO AO SILÊNCIO

joaquim cesario de mello

 

Silêncio não é ausência

de barulhos, algazarras

ruídos, sons e palavras

 

Silêncio é a morada dos detalhes

onde o invisível divino se divina

templo oculto nas frestas da vida

presença densa do minúsculo

como um véu encobrindo gemidos

e o sussurrar contido do infinito

 

Silêncio é a linguagem do tempo

um idioma mais antigo que o mundo

lugar em que se escuta o respiro das coisas

e o pulsar perecível e fugaz dos instantes 

 

Se me perguntarem por que escrevo

apenas direi:

porque o silêncio precisa ser ouvido

 

  • Autor: joaquim cesario de mello (Offline Offline)
  • Publicado: 31 de agosto de 2025 08:27
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 31
  • Usuários favoritos deste poema: JT., Shmuel
Comentários +

Comentários4

  • JT.

    Perfeito poeta.
    Eu tenho escutado, por que não foi eu que falei.
    Que aquele que escutar o silencio, ficara rico.
    Pois afinal, vivemos cercados pelo barulho.
    Tenha um bom Dia de Domingo Poeta.
    JT

  • Shmuel

    Passeia nos caminhos da poesia sem medo de se perder.

    Parabéns ao poeta!

  • Edla Marinho

    " silêncio não é ausência de barulhos... "
    Excelente poesia, meu amigo Joaquim Cesario!
    Meu abraço!

  • Minha Caixa de Pandora

    Esse poema é um sussurro que reverbera fundo — delicado, mas imenso. Ele transforma o silêncio em personagem, em templo, em linguagem ancestral. Cada verso é como uma fresta por onde escapa o sagrado do cotidiano, revelando que o que não se diz também fala. A última linha é um gesto de coragem poética: escrever para dar voz ao que o mundo costuma ignorar. É beleza que escuta, e escuta que cura.



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