Borboletas.

Finalmente eu caminhava pelos campos dourados, borboletas orbitavam ao meu redor, pequenos seres com suas luzes formidáveis navegavam e por vezes me tocavam docemente com um carinho e afeto que eu nunca antes sentira. Silhuetas de luz, sussurros de carinho, abraços de ternura que bailavam sob a mais santa melodia. E eu chorei de gratidão, agradecido ao Senhor infinito pela brisa que cantava para meus ouvidos melodias de descanso. Após cruzar abismos que pareciam não ter fim, acordei do pesadelo no sonho que há muito havia esquecido. O passado que por muitas vezes sufocou meu coração com gemidos e lágrimas de dor renovadora era somente uma lembrança borrada. Nos campos dourados eu não feria a terra com meus passos pesados, eu quase que volitava, nos campos dourados eu era livre e nada mais temia; meus amigos de luz me abraçaram e dançamos juntos festejando o reencontro que fora por mim mesmo adiado. No descanso, no júbilo e abundância de sentimentos puros e propósitos verdadeiros, eu me fortalecia para novamente descer aos abismos do sofrimento, mas, dessa vez, para resgatar aqueles que lá ainda permaneciam. Quero tê-los aqui conosco, irmanados, curados, amados, felizes como assim estou. Borboletas, borboletas de matizes de puro amor, borboletas mensageiras do senhor.