Terça a noite, lutando contra o sono
Escuto conceitos, explicações de geometria
Mas isso entra pelo meu ouvido e sai sem ter a atenção.
Pois me pego perdida, pensando
Será que eu te amava?
Ô querido, vamos ser sinceros.
Não adianta jogar a gasolina, encorajar o incêndio
Mas não riscar o fósforo.
Isso é algo muito cruel de se fazer.
O que mata um coração, muitas vezes, não é aquilo que foi vivido
Mas aquilo que não se viveu.
E por isso me vejo perdida, pensando.
Levanto a cabeça, tento não me aprofundar muito;
Mas confesso que isso me deixou reflexiva.
Embora eu seja o tipo de pessoa que não se abala por ações de terceiros.
Embora eu seja o tipo de pessoa que esquece acontecimentos banais com muita facilidade.
Mas porque isso eu não esqueci?
Será que eu te amava?
Eu sei que não sou fácil.
A jornada de entrar na minha vida, e fazer meu duro e inseguro coração bater com segurança,
É difícil, é desafiadora, eu sei.
E me incomoda admitir, que você chegou perto.
Me incomoda muito saber que você conseguiu arranhar o cadeado de um coração, que nem sabe o que é palpitar.
Você é cruel, sabia?
Droga, mexeu com meu orgulho.
Eu estava quieta no meu canto.
E você, provavelmente só queria se envolver com alguém rápido.
Cutucou a minha bolha, me fez pensar fora dela.
Me fez criar expectativa.
Mas saiu fora disso
De forma rápida, aleatória
Da mesma forma que surgiu.
Como você é ligeiro né?
Arrumou outro alguém, cuja aparência se assemelha a imagem que vejo toda vez que fico parada na frente do espelho.
Como você é criativo!
Porém saiba, meu querido,
Que o fato de eu ter escrito esse poema;
O fato de eu ter aberto o meu coração e despejado tudo aquilo que estava guardado no mais profundo dele.
E além disso, publica-lo para gente que nem conheço ler
Revela que estou pronta para te esquecer.
Estou pronta para parar de pensar no "e se?".
Os pensamentos de "será que te amava?" darão lugar a "caralho, você realmente se abalou só por isso?"
E assim irei te deletar completamente de minha vida.
Enfim, é isso.
Não houve nada, não mudou nada.
É apenas uma história de duas pessoas que não souberam dar um passo;
Uma pessoa que queria, mas não teve paciência de insistir.
E outra (vulgo a autora) que ficou a ver navios, priorizou sua própria vida e não abriu sequer espaço para aqueles que não se dedicaram a conhecê-la
Na minha solitária e tempestuosa mente, isso é superar o quase algo. Entediante, não é?
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Autor:
Garota Canela (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 26 de agosto de 2025 23:25
- Comentário do autor sobre o poema: Este poema é um desabafo. O que ele significa para mim é o longo suspiro de alivio que você dá ao perceber que conseguiu se livrar(eu espero) de um pensamento que te aprisiona a dias. Nossa, vou até dormir melhor! Sinta-se exclusiva(o) por ler isso! Apenas eu, você e minha calopsita de estimação tem conhecimento disso.
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 6
Comentários1
Escrever antes de dormir é sempre um alívio.
Ainda bem que você superou. Aliviante também.
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