Meu aconchego

Jonas Teixeira Nery

Semeio ao vento sonhos e poemas.
Sentado na soleira da minha varanda,
fantasio, vivencio, me iludo, pulso.
Deixo-me estar entre meus fantasmas...

Essa vida mecânica que levo, me aflige.
Carrego sonhos, me alimento desse pouco.
Sei que não virás acalentar-me neste inverno,
sei que passarei contemplando minhas cismas...

Fervilha em mim todas as lembranças corrosivas,
daqueles dias que te deixastes ficar na minha cama,
náufragos entre desejo, rebeldia e insensatez.
Daquelas horas de tênues luzes e sensações...

Sento-me à soleira da porta imaginando.
Ah, quantas resposta busco nessa vida!
Quantos desalentos me alimentam, sigo,
lembrando teu sorriso incandescente, repito.

Agora essas cismas, essas queixas e tua ausência.
Perdi-me entre tempos, invernos, solidão e tristeza.
Deixei-me ficar aqui divagando nesse frescor, 
esperando que venhas inundar-me de momentos.

Nesses subterrâneos da minha vida, aprendi,
aprendi a esperar, a arquitetar nosso encontro,
buscando no enternecimento dos teus olhos,
olhos tantos, meu aconchego e meu sossego...   

  • Autor: JTNery (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 24 de agosto de 2025 07:35
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 6


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.