Uma Tempestade Sem Volta

Aquela saudade do fim do dia,

Uma nostalgia e uma dor,

Costurando um mar de prosas,

Cheias de rosas —

Mas que, ao agarrá-las com afinco geram temor. Saudosa.

Pensei em mandar um poema,

Viajando com uma calma serena,

Sem ligar para dilemas ou problemas.

Pensei que daria o tom

Ao guardar todo esse som.

Pensei que finalmente sairia sã:

Dessa luta contra o vento,

Dessa realidade ao relento,

Invisível à perdição.

Na calmaria da noite, me desdobro em silêncio 

Em uma aflição sem acalento.

E, como numa chuva capciosa,

Me perco sabendo que estou sem rumo —

Sem volta.