A cor da minha pele é negra seu moço,
Mas nem por isso sou bandido,
Nem tão pouco suspeito do que hei de me acusar.
A cor da minha pele é negra seu moço,
O meu cabelo é naturalmente crespo,
E não ‘ruim’ assim, como foi tachado no conceito do preconceito.
A cor da minha pele é negra seu moço,
Mas, em uma escola um dia eu fui estudar,
Onde lá aprendi a ler, a escrever, e a minha cidadania exercitar.
A cor da minha pele é negra seu moço,
A minha religião por crença e fé é o candomblé,
Mas, nem por isso, Deus deixou de ser o criador e Jesus Cristo o meu salvador.
A cor da minha pele é negra seu moço,
Pele que quando ferida clama em sangue a se alentar na dor,
Sangue vermelho da mesma cor que a cor do sangue do senhor.
A cor da minha pele é negra seu moço,
Mas quando o dia da morte para nós dois chegar,
A minha cor e a do senhor, pra terra de nada vai importar.
Manollo Ferreira
Juazeiro - Bahia
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Autor:
Manollo Ferreira (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 18 de agosto de 2025 16:16
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 9
Comentários1
Este poema toca profundamente o coração porque não é só sobre cor de pele: é sobre humanidade, dignidade e resistência.
Sinto a força de quem fala, a firmeza de quem afirma sua identidade diante do preconceito, e a sensibilidade de quem lembra que, no fim, sangue e vida nos conectam a todos.
É impossível ler sem sentir uma enorme conexão, empatia e respeito.
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