Talvez nunca voltes a me amar

Similton Fidelino

Talvez nunca voltes a me amar,   

como folhas secas que dançam ao vento,   

flores que murcham no calor do verão,   

ou como as estrelas que se apagam   

na luz do amanhecer. 

 

E eu, aqui,   

perdido entre memórias,   

nos ecos de risos compartilhados,   

nos encontros que pareciam eternos,   

ainda guardo teu sorriso   

como um tesouro,   

mas o tempo,   

esse ladrão silencioso,   

rouba as cores das fotografias. 

 

Olho para o horizonte,   

onde o sol se despede,   

esperando que ele traga algo novo,   

mas o medo se acomoda,   

como um velho amigo,   

e me sussurra que os sonhos   

são só sombras   

de um passado dourado. 

 

Talvez nunca voltes a me amar,   

e se assim for,   

que eu aprenda a viver   

nos espaços vazios,   

onde o eco da tua presença   

se mistura com o silêncio,   

e a saudade se transforma   

num carinho triste. 

 

As ondas do mar,   

que vêm e vão,   

parecem me lembrar   

que tudo é passageiro,   

e mesmo assim,   

teu nome ainda dança nos meus lábios,   

como uma canção esquecida   

neste arquivo do coração. 

 

Mas, se um dia as nuvens se desfaçam,   

e a luz da lua ilumine   

meus caminhos solitários,   

que eu encontre consolo nas estrelas,   

na beleza do efêmero,   

e que a vida me ensine   

a amar de novo,   

mesmo que não seja a ti. 

 

Talvez nunca voltes a me amar,   

mas em cada amanhecer,   

em cada despedida,   

aprenderei a amar o que fui,   

o que somos,   

e o que ainda podemos ser   

dentro da nossa distância.  

 

E se um dia, em um sonho,   

nossos olhares se cruzarem,   

saberemos que guardamos   

um pedaço um do outro,   

como um fragmento de luz,   

na eternidade das lembranças.

  • Autor: Xilepfana xa Haramu (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 16 de agosto de 2025 04:38
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 1


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