Casa ao pôr-do-sol

É o lugar mais bonito do Mundo,

pelo menos do Mundo que eu conheço…

Dou os primeiros passos sobre as tábuas de madeira… perdi a conta às vezes que aqui caminhei.

Sinto instantaneamente aquela sensação… uma paz que entra por todo o meu corpo e me acalma. Alguma magia antiga, misteriosa, que toca na minha alma. Todas as vezes acontece. Todas.

Mais uns passos, e o olhar encontra o rio, banhado pelo sol de final de tarde. As plantas acompanham esta visão soberana de tons secos e quentes de verão — castanho, amarelo, laranja — misturados com a frescura do verde e a tranquilidade do branco… todas estas cores encaixam num quadro perfeito de beleza estonteante. Oiço os pássaros e os grilos cantando ao longe, dando as boas-vindas a casa. O vento surge gentilmente, tocando ao de leve na pele… como se nos desse todo o carinho que precisamos… reconfortante e familiar.

Abrando as passadas à medida que o sol desce, abraçando as colinas ao longe. Aqui, o tempo é diferente, não tem urgência de seguir em frente sem nos deixar respirar.

Já sinto o cheiro da brisa do mar… a areia aproxima-se e, sem perceber, acelero em direção à água, qual criança feliz dançando e saltando. Aqui sou invadida por aquela sensação… a de felicidade pura… o amor… o divino. Eu, a água e o pôr-do-sol. Nada mais se compara. Nada mais é preciso.

Estou em casa!