O único amor verdadeiramente puro e desinteressado, que não se importa com aparência ou status social, é aquele que sentimos — e recebemos — de outro ser vivo.
Gato, cachorro, pássaro… até mesmo peixes, acredito, muitas vezes amam de forma mais autêntica do que muitos humanos.
Quando aprendemos a amar e reconhecer o amor de um animal, nossa vida se transforma. É um avanço do qual não podemos retroceder. Surge então uma sintonia no olhar, a compreensão das manias, a cumplicidade que constrói um mundo habitado apenas por dois.
O mais incrível é que eles nos revelam um lado que deveria ser natural para nós, mas que, de tão simples, passamos a vida inteira sem perceber. Talvez sejamos contaminados pelo raciocínio que nos guia para a vantagem, para o poder sobre o outro ou para qualquer benefício, mesmo que isso signifique infringir regras morais, espirituais ou jurídicas.
E assim, para muitos, esse amor parece irrelevante ou até ridículo. No entanto, um animal pode arriscar-se para salvar o seu amigo, enquanto raramente vemos humanos arriscando-se para salvar outros humanos.
Se quisermos resgatar o que há de mais humano em nós, talvez devamos, paradoxalmente, aprender com aqueles que não são humanos.
Arthur de Mello Noos
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Autor:
Arthur Mello Noos (
Offline)
- Publicado: 13 de agosto de 2025 18:09
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 5
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