Depois de tudo.

DEPOIS DE TUDO, EU.

Voltei pra mim outra vez. Com aquele sorrisão que você amava e o meu jeitinho

desengonçado, com um andar estranhamente fofinho (segundo você). Talvez agora

eu seja um pouco mais extrovertido, sem medo de beber demais, sem medo de

comer alface — aquela que quase me deixou em coma no Natal —, sem medo de

gritar, dançar, correr.

Tenho tanta coisa pra te contar. Tanta coisa pra mostrar. Queria que você visse no

que me tornei sem você. Mas, dessa vez, vou te deixar livre pra viver.

Sabe o que é mais intrigante? Eu fiquei assim depois que você passou por mim.

Você me tirou de uma caverna e me colocou no mundo. Me levou pra conhecer

lugares, bares, lagoas, e pessoas que eu nem chegaria perto se não fosse por você.

Ainda dói. Mas eu consigo passar pelo sofrimento do fim sem ser aquele ex-

namorado ingrato. Você me mudou — mesmo que tenha sido por meio da dor.