Lenço nos olhos, escuro de riso,
e o mundo sumia num leve improviso.
“Quem tá aí?”, dizia a voz tremida,
enquanto as mãos tateavam a vida.
Rodeava em volta, tonta de esperança,
com cheiro de terra, grito de criança.
Os outros fugiam, mas deixavam pistas:
um toque, um sopro, risadas mistas.
Tinha quem calava, segurando o fôlego,
e quem se entregava num tropeço bobo.
O lenço era véu, o chão era dança,
e a gente vivia sem pressa de infância.
Ao tirar o pano, vinha a surpresa:
"Era você!" — e a rua acendia a beleza.
Depois era a vez de outro se cegar,
e o mundo de novo começava a brincar.
Hoje, se ando às cegas na estrada que sigo,
às vezes eu rio lembrando o antigo:
quando perder o rumo era só diversão
e bastava um toque pra achar direção.
12 ago 2025 (12:10)
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Autor:
Melancolia... (
Offline)
- Publicado: 12 de agosto de 2025 11:07
- Comentário do autor sobre o poema: Topado demais...
- Categoria: Ocasião especial
- Visualizações: 6
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