Queria poder estar só na estrada,
Seguindo a sombra que a noite traz.
Nos olhos, guardo a visão calada
Do dia findo que nunca se desfaz.
Mais tarde, sigo outra direção;
Trilhas partidas, destino cortado.
Entre espinhos, guardo o coração,
Sob parreiras, o verde fechado.
Senti o peso de uma verdade:
Tão fraco de sonhos, tão sem querer.
Desejos presos na tempestade,
E nem sei mais como os refazer.
E este vazio me interroga em vão,
Trilhas sombrias me levam embora.
Celas insanas trancam a razão,
E amanhã, brando, tudo ignora.
Respirei o fracasso sagrado,
Desejo abusivo que não me solta.
Na mente, o conflito ecoa calado,
E a paz, tão pequena, já não me volta.
Só me estressei mais uma vez;
Em risos loucos que não me cabem.
Nem eles puderam mudar a tez
Do rosto frio que sombras sabem.
Sinto o vento me levar sem direção,
A luz distante quase se desfaz.
Mesmo perdido, guardo a canção
Que me mantém vivo, por um pouco mais.
As ruas frias me chamam pelo nome,
Ecos antigos que não sei calar.
Mesmo que o medo venha e consome,
Ainda encontro força pra continuar.
O peso aperta, me falta ar,
Sonhos perdidos, não sei buscar.
Desejos presos, não vão voltar,
E eu sem força pra recomeçar.
Vazio que grita dentro de mim,
Caminhos frios sem ter um fim.
Trancas e grades, prendem a razão,
Mas sigo vivo, de pé no chão.
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Autor:
alexonrm (
Offline)
- Publicado: 11 de agosto de 2025 21:35
- Categoria: Carta
- Visualizações: 4
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