No jardim onde os espelhos se quebram
flores nascem de raízes amargas
cada pétala carrega um segredo
cada aroma, um suspiro de farsa
As árvores cochicham em línguas de vidro
folhas afiadas cortam promessas
o vento, cúmplice do desprezo
sopra verdades que ninguém confessa
Há um rio que corre ao contrário
feito de lágrimas que nunca caíram
nele navegam barcos de orgulho
com velas costuradas em silêncio frio
E no centro, o trono da mesquinhez
feito de ossos de gestos esquecidos
coroado com risos que não têm alma
guardado por sombras sem nome, sem abrigo
Mas mesmo ali, entre ruínas e espinhos
um pássaro canta, desafinado, persistente
porque até no deserto da indiferença
a poesia insiste em ser semente.
MAYK52
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Autor:
Gil Moura (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 11 de agosto de 2025 17:11
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 9
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., Fabricio Zigante
Comentários2
Tudo verdade...
Lindo como deixastes acima...
Abraços poéticos.
Grato, amigo poeta. Pelo teu gentil comentário.
Abraço fraterno.
" porque até no deserto da indiferença
a poesia insiste em ser semente."
Com certeza, poeta, a poesia , s plantada com carinho, mesmo se for de tristeza, brota no coração sensível
Amei a poesia.
Tenta excelente noite, meu abraço!
Muito obrigado, amiga poetisa Edla, pelo gentil comentário que aqui deixou.
Beijinhos, e ótima noite noite igualmente para si!
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