Mães que são Mães

Similton Fidelino

Mãe que é mãe não abandona o filho,   

na sombra do amor, onde se tece a vida,   

não é apenas o corpo que gestou,   

mas o coração,   

que se entrega, que se molda,   

que abraça a alma que clama por abrigo.   

 

É mais que a espera,   

mais que os meses contados,   

é a coragem de se fazer presente,   

na queda e na ascensão,   

nas risadas e nas lágrimas,   

nos passos vacilantes,   

quando tudo parece escuro e sozinho.   

 

Ser mãe é ser porto seguro,   

é escutar os lamentos e os sussurros,   

é acolher os sonhos e os medos,   

é alimentar a esperança   

com cada olhar carinho,   

cada gesto de ternura,   

cada palavra que acalma,   

como se fosse um canto de ninar,   

como se fosse um chamamento,   

uma promessa, um laço.   

 

Aquele que sai de dentro,   

não é apenas um fruto do ventre,   

mas um pedacinho de eternidade,   

que respira, que grita, que sente,   

que se torna tudo   

que não se pode definir.   

 

A gestação termina no parto,   

mas a maternidade   

se renova a cada instante.   

É um compromisso silencioso,   

um pacto de amor,   

mesmo quando os dias se tornam pesados   

e as noites longas.   

 

Ser mãe é ser guerreira,   

é lutar contra tempestades,   

é ter fé   

quando o mundo parece desabar.   

É buscar luz   

nos olhares inocentes,   

dar sentido ao caos,   

uma plenitude que não se esgota.   

 

E mesmo quando as estradas   

são tortuosas e cheias de pedras,   

o laço não se rompe,   

não é solto pelo medo ou pela dor,   

mas se fortalece na imperfeição,   

na aceitação do que se é,   

e do que se pode se tornará.   

 

A maternidade é dosada,   

um ato de entrega infinita,   

não há comparação   

com a experiência de acolher,   

de compreender mal entendidos,   

de perdoar,   

de ser fonte de amor,   

mesmo na adversidade.   

 

Mãe que é mãe não abandona,   

mesmo quando os braços cansam,   

mesmo quando o olhar se turva,   

ela encontra forças nas pequenas vitórias,   

nas risadas partilhadas,   

nos abraços que curam.   

 

É um amor que não conhece fim,   

uma jornada que se estende   

para além do tempo e do espaço.   

Todos os dias, renasce,   

em cada sorriso, em cada passo,   

em cada batida do coração,   

porque ser mãe é viver,   

é respirar,   

é cultivar a vida,   

e manter a chama acesa,   

para que nunca se sinta só,   

para que jamais se esqueça,   

que em cada ato,   

em cada gesto,   

existe a certeza:   

mãe que é mãe,   

mãe para sempre.

Comentários +

Comentários1

  • Edla Marinho

    Quão bom é ver um poeta( dizem que são fingidores) exaltar a mulher em sua mais sublime tarefa nessa vida!
    Apesar de ser poeta( talvez fingidor) aqui consigo ver autenticidade em sua declaração.
    Meus parabéns, meu abraço!



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