pessoas mortas,
pessoas esquecidas,
cousas vividas,
cousas esquecidas.
assim o foi,
num pensamento vão,
pessoas vivas,
porém esquecidas.
do que vale assim estar vivo,
se assim se está morto,
levemente, tão absorto,
do puro senso,
consumido e denegrido.
é urgente assim estar vivo,
viver, ignobilmente,
ou até, de certo espanto,
compassadamente,
calando assim certos passos
de vicissitude porquanto.
vivemos assim,
num engaço de inconstante dor,
mágoa, e até de um certo encanto.
vivemos assim,
tenuemente entre os vivos e os mortos,
relembrando assim o esquecimento.
morremos assim,
em vida, numa certa e vacilante, ela,
angústia.
morremos assim,
em braços envoltos de culpa e instável sensação,
de uma lágrima-mor que nos embarga o esquecimento.
esquecemos assim,
as searas e as terras que outrora nos foram assim vividas.
esquecemos assim,
os vivos acima dos mortos - por vezes, cantando assim seus feitos.
esquecendo ou morrendo,
porquanto vivendo,
inconscientemente,
inconstantemente,
sociedade esta com mui gente,
onde tarda nós,
já não lhe pertencemos,
caindo assim em esquecimento.
-
Autor:
Guilherme Pereira (
Offline)
- Publicado: 9 de agosto de 2025 19:50
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 4
Comentários1
Este poema foi escrito em honra aos seres sociais que, felizmente ou infelizmente, continuam vivos, e assim porém esquecidos. Almas inundadas de esquecimento e dor, enquanto feitos de pessoas mortas assim são cantados. Obrigado por lerem 🙂
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