Dás-me a mão
mas estás sempre com pressa
Dizes que gostas de mim como sou
mas tentas mudar os detalhes
E eu, que finjo não notar
vou moldando o riso
até já não saber se é meu
Dormimos juntos
mas sonhamos sozinhos
Acordamos de costas
numa cama onde sobra o meio
Queres estabilidade
mas não suportas rotina
Queres paixão
mas não sabes o que fazer com ela quando chega
Eu digo que está tudo bem
mas ando a traduzir silêncios
como quem decifra códigos de guerra
Prometemos sinceridade
mas praticamos diplomacia
disfarçamos mágoas com ironias
guardamos mágoas como trunfos
E ainda assim, há dias bons
café feito antes de eu acordar
um riso partilhado no meio do caos
um gesto simples, que por segundos
parece amor sem esforço
Mas depois volta o ruído
pequenas falhas que gritam alto
aquela sensação de que estamos
sempre a tentar salvar algo
que talvez já não queira ser salvo.
MAYK52
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Autor:
Gil Moura (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 9 de agosto de 2025 08:49
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 6
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