Contava-se alto, de olhos fechados,
"Um, dois, três..." — passos apressados.
Atrás do portão ou debaixo da escada,
a gente sumia... e o mundo virava nada.
O coração batia como quem ama,
quando alguém dizia: “— Já vou!” com drama.
O tempo parava no meio do quintal,
e até o silêncio parecia real.
Tinha quem risse e se entregasse logo,
e tinha os mestres do esconder no jogo.
Dentro do armário, atrás da mangueira,
a gente virava poeira e madeira.
Mas o melhor mesmo era ser encontrado,
com o grito feliz: “— Te achei, danado!”
Corria-se então até o tal "pique",
com o vento batendo em cada palpite.
Hoje, se me escondo, já não é brinquedo...
Mas às vezes desejo, no mais puro segredo,
que alguém me procure com pressa no peito
e diga sorrindo: “— Te achei, do meu jeito!”
8 ago 2025 (13:43)
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Autor:
Melancolia... (
Offline)
- Publicado: 8 de agosto de 2025 12:45
- Comentário do autor sobre o poema: Só não podemos nos esconder das armadilhas do amor....
- Categoria: Ocasião especial
- Visualizações: 5
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia...
Comentários1
Bravo. Se esconder e ser achado era muito gostoso, pena que o tempo passa e temos que crescer e assumir responsabilidades. Mas o importante é saber que vivemos. Parabéns poeta. Boa noite.
Era muito bom mesmo.
Como dissestes...Nunca volta mais o melhor é que vivemos tudo isso.
Grato pela leitura e comentario
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