a vida anda ocupada
faz promessas ao relógio
vive vestida de culpa
desaparece no fim do dia
é um tempo que não dá tempo
a pressa levou tudo
inclusive o que era amor
o coração dói calado
ninguém escuta
ninguém volta
pedir ao tempo é ilusão
ele só devolve miragens
de um passado que deixamos ir
a sombra empurra devagar
para o fim
e a vida?
ficou esquecida
entre páginas não vividas
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Autor:
Wander Motta (
Offline)
- Publicado: 8 de agosto de 2025 10:45
- Comentário do autor sobre o poema: Quando escrevi essa poesia eu tentava traduzir uma sensação de ausência que o tempo impõe... essa pressa silenciosa que nos rouba o essencial, que transforma afeto em lembrança, e escolhas (muitas vezes) em sombra. Não quis falar do tempo como medida, mas como perda. A forma desconstruída da escrita acompanha esse vazio: pausas, silêncios, espaços. Tudo ali é fragmento do que não coube no relógio.
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 2
Comentários1
Gostei muito do poema, bem reflexivo!
"a vida anda ocupada
????faz promessas ao relógio
??????vive vestida de culpa
????????desaparece no fim do dia"
Pura verdade.
Meu abraço!
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