Nossos ouvidos transbordam
de arruaças, estilhaços de ruído
e a fuligem áspera do som.
Na pressa, nos esquecemos
do afago de uma nota que pulsa leve,
um ritmo sereno
que a alma reconhece como lar.
Na selva de concreto,
britadeiras rasgam o ar,
buzinas costuram o caos.
Mas no avesso da cidade,
numa viela que ninguém mais vê,
um rapaz dedilha seu violão.
Nenhuma prece, nenhum sermão,
apenas a madeira que canta.
O ruído do mundo grita tão alto
que nos ensurdece para a verdade:
a beleza mais pura
não grita.
Ela sussurra.
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Autor:
Saturno (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 6 de agosto de 2025 12:03
- Comentário do autor sobre o poema: você ouve?
- Categoria: Conto
- Visualizações: 12
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