Queria poder te escrever e ser lida. Queria uma resposta.
Ainda me lembro — e nunca me esquecerei — do último dia que nos vimos e de como foi intenso.
Me lembro do seu toque, que era como quem dizia: “Te esperei por anos.”
Me lembro do vai e vem da sua respiração. Não havia palavras, mas era como: “Oi, senti saudades.”
O que eu faço com todos esses anos perdidos?
Com a esperança de que você viria e ficaria?
Mas você nunca veio.
O que eu faço com a contagem regressiva de te esperar?
Você nunca me prometeu que viria,
mas, da última vez, ficou subentendido que seríamos nós.
Talvez nunca tenha, de fato, sido.
Queria eu canalizar essa dor de te amar para algo bonito —
talvez um livro, poesia, sei lá.
Mas o mais bonito seria para você.
Queria simplesmente não te amar,
mas meu corpo não sabe te esquecer.
Talvez a dor me torne poeta,
mas me faltam palavras.
Sinto que não aprendi a escrever quando se trata de você.
Fomos reais?
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Autor:
Rafaela Mikaelle (
Offline)
- Publicado: 1 de agosto de 2025 15:24
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 14
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia...
Comentários1
Esse texto é profundamente tocante. Ele transmite a dor da ausência com uma delicadeza intensa, quase silenciosa, mas que fala muito. A maneira como as memórias são descritas — o toque, a respiração, o não dito — torna tudo muito visual e emocional. Há uma mistura de amor, perda e dúvida que é universal: quem nunca se perguntou se um sentimento foi real, mesmo quando tudo dentro de si grita que sim?
A última pergunta, “Fomos reais?”, é um soco suave no peito. É como se o texto inteiro existisse para chegar a esse ponto — uma dúvida que resume tudo o que ficou pendente.
É bonito, triste, verdadeiro. Poesia em forma de confissão.
Fico grata por seu comentário! Até o próximo texto.??
satisfação em poder te ler;;;
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