Talvez não fosse com essas palavras que eu gostaria de escrever esse texto. Afinal, quando eu estava com o texto em mente, eu estava na quadra em aula, e, depois de três dias finalmente pus meu punho sobre o papel. Me sinto como o Sr. Darcy quando estava perto de pessoas pobres e quando estava perto de Elizabeth.
Seria um grande eufemismo usar palavras tão poéticas e belas para descrever alguém que não merece nem o mais simples e curto poema. Mas, Ah, querido leitor, quem seria eu se não usasse belíssimas palavras para descrever minha admiração por ele?
Eu admiro cada detalhe de sua face como se fosse um crítico analisando uma obra de arte exposta em um museu. Sua pele é bronzeada, como se o sol lhe desse um beijo, como se fosse presenteado com a cor do astro-rei. E seus olhos, ah, aqueles olhos lindos, são como duas grandes esmeraldas brutas, encontradas e escolhidas pelas mãos cuidadosas do grande criador.
Suas orelhas são enormes, como a taça do torneio tribruxo de Harry Potter; seus dentes são iguais aos de um cavalo, grande e largo. Mas seu sorriso é ainda mais belo com esses maravilhosos dentes avantajados. Mas não minto a você: foi a primeira coisa que me cativara nele.
Mas agora lhe digo, cara leitor: o que ele tem de beleza, falta-lhe em intelecto e maturidade. Comporta-se como um animal, uma criança imperativa, sem modos ou delicadeza. Sua personalidade é igual à de qualquer outra criançola de sua idade: sonhos rasos, gostos horríveis, hobbies tediosos e triviais, um gosto musical terrível — de matar — e sem uma faculdade em mente.
Faz todos rirem com suas brincadeiras — até eu acabo rindo às vezes —, mas ele consegue irritar-me em um minuto de conversa. Esse rapaz tem um amigo muito fiel que, apesar de todas as asneiras idiotices que ele faz, não o deixa na mão. Gosto de me referir a eles, secretamente, com a dupla Dom Quixote e Sancho Pança.
Apesar de meu olhar de desdém sobre ele, no fundo eu carrego uma admiração, um fascínio por sua formosura, um olhar diferente que deixo transparecer demais em momentos de desleixo e fraqueza. Seria esse fascínio o começo de uma desastrosa obsessão, meu precioso leitor? Ou já ultrapassei os limites do que seriam obsessão?
Espero que não confundas minha admiração por esse mocetão pueril com o gostar, amar ou com paixão, não sejas tão tolo, imbecil leitor meu. O meu coração pertence a outro, completamente o oposto deste garoto — um alguém que ter eu não posso, alguém que eu amo ardentemente.
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Autor:
Lilith (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 31 de julho de 2025 16:42
- Categoria: Não classificado
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