Vendavais da alma
Presilhas superficiais; tecido profundo.
mundo que venta; a gente desprende;
entende: cair não deixa coração imundo;
segundo que instrui a gente aprende.
Rende ao bailado quando se solta;
Reviravolta; e isso impulsiona;
Ocasiona mudanças e ora revolta;
Volta ao passado; mas impressiona.
Na lona não rola; sacode a poeira.
Primeira coisa é tomar uma decisão.
O chão é frio; e não é brincadeira...
Barreira? Não! Prendedor arrebenta.
Se venta um pouco mais forte ou não.
Coração e amor é coisa que sustenta.
(Raquel Ordones) #ordonismo
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Prendedores de Roupa Prendendo Coração
Pequenos prendedores,
filhos do silêncio e do cuidado,
seguram o tecido do ser,
mas não o espírito que deseja voar.
Ó coração, por que te deixas prender?
És como o vento — livre, incansável, vasto.
Mas há mãos suaves que te apertam,
não para sufocar, mas para guardar.
Não confundas o toque que ama
com a cadeia que oprime.
Porque o amor é asa que guia,
não mão que prende.
Solta-te, coração,
mas lembra: há beleza no laço sutil,
na mão que segura sem aprisionar,
no prendedor que protege sem deter.
Que teu voo seja livre,
mas que saibas que o cuidado
é também um vento brando,
que te afaga e te conduz —
não te prende.
(Sezar kosta)
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OS VENTOS QUE NOS MOVEM
Quando olhas da janela
A flor mais bela do jardim
E no pensamento deseja
Que ela esteja sobre a mesa
Creia! não posso decidir por ti
Deixe que a natureza
Com certeza dite seu fim
Flores também têm destino
Ninguém é eterno peregrino
A insistência apressa o fim
Se meus olhos esbaldarem
E resultarem num frenesi
Com qualquer que se rasteja
É só fraqueza, pois, é certeza
Tu não podes decidir por mim
Dos ventos que carecemos
Nos movemos pelos tais
Quem tem muito fica louco
Quem tem pouco vive em paz
Se tu podes, também posso;
Quanto me coço para ter mais
(elfrans silva)
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SENTIMENTOS MOLHADOS
Coloquei meu coração
no varal pra secar.
Encharcado tava...
É que, sem saber nadar,
ele sempre se oferece
para mergulhar
em sentimentos molhados
que nunca vão secar.
Intrigante é que sempre estão
em lugares rasos,
onde não se pode mergulhar
(Tiago Cristão)
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Manual de uso dos
prendedores de coração”
Quer prender o coração de alguém?
Fácil!
Basta um prendedor de roupa,
desses bem simples, sabe?
Passo 1: Encontre o coração
Distraído, voando por aí.
Passo 2: Aperte com firmeza,
mas não tanto para machucar
(ou talvez um pouco,
porque drama sempre ajuda)
Passo 3: Não solte nunca —
Afinal, prendedor não é elástico!
Aviso: Prendedores de coração
costumam deixar marcas —
às vezes cicatrizes emocionais,
outras vezes simples confusão mental
Para soltar o coração preso,
não adianta puxar com força.
Você vai arrancar o tecido junto!
Melhor esperar ele se acostumar
Com o varal e o eterno vento da dúvida.
Prendedores de roupa:
o acessório oficial
do relacionamento moderno,
Entre o “te quero livre” e o
“segura que eu tô com ciúme”.
[Luana Santahelena]
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CORAÇÃO NO VARAL
Meu coração
Está pendurado no quintal
No varal, secando as lágrimas de aflição
Pingando agrura funeral
No sol, na chuva, ao relento
Com a emoção amachucada
Frágil ao vento
Rangendo no peito de um jeito cinzento
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
cerrado goiano - 10'40", 17/07/2015.
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O VESTIDO DE UMA FESTA
Ah, o vestido da dinda do Biano...!
Solto, livre e alegre naquela festa...
Carrruagem e 'funk como orquestra'!
Duma debutante no 'alto dos trinta'...
De 'oliva incerto' minha mente o pinta!
E dentre as coisas boas daquele ano!
Das fantasias e espinhas na testa...!
Dum moleque de ginásio; na 'quinta'!
Que ao pensar em tal peça ainda a sinta!
Decote em 'V', evasê, cetim, 'pano'...?!
Num prendedor, 'bazar', altar profano...!
Daquele tempo e festejo, o que resta!
(Dan Gustavo)
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Frenesis aos ventos
Lamento: a poesia está tão triste;
Resiste, mas não se sabe até quando;
Andando cabisbaixa, na alma o riste.
Assiste e experimenta a IA a asfixiando.
Chorando a vi; faltava sentimentos.
Consentimentos, cópias, inverdade,
Metade de um; de outros, só fragmentos
Ventos, frenesis sem intensidade
Sonoridade perde, rima anêmica;
Sistêmica; a métrica é sem sal;
Afinal: chega um tanto polissêmica
Epidêmica; infiltra e é viral
Letal ao amor; apenas fonêmica.
Polêmica o saber artificial.
(Raquel Ordones #ordonismo)
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O tempo escorre entre meus dedos,
como areia teimosa ao vento.
Tento segurar, mas é em vão,
tudo se perde num só momento.
As horas dançam sem descanso,
e eu, refém desse compasso,
vejo o futuro se tornando passado
antes mesmo de dar um passo.
Os dias pesam sobre a pele,
marcando rimas no espelho.
Cada lembrança é um retrato,
pálido rastro de um ensejo.
Mas se o tempo é tão fugaz,
não o farei meu inimigo.
Que ele me leve onde quiser,
desde que eu vá contigo.
(Melancolia)
___________________________________
FLORES E ESTAÇÕES
Depois de um tempo, a alma se refaz
Do peso do adeus que a desfez.
Aprende-se que o vento traz a paz
E as flores vêm dê nós, seres perfeitos.
O sol, que tanto aquece, também queima.
Os dias passam leves, feito estações.
Os ciclos varrem a dor que nos algema,
Deixando o vasto espaço nos corações.
Amores vêm e vão, lições eternas.
Estrelas viram nomes, pétalas em lágrimas.
Assim, nos libertamos das cavernas,
E o tempo faz da dor uma linda canção.
(Rena Alvesmont)
como areia teimosa ao vento.
Tento segurar, mas é em vão,
tudo se perde num só momento.
As horas dançam sem descanso,
e eu, refém desse compasso,
vejo o futuro se tornando passado
antes mesmo de dar um passo.
Os dias pesam sobre a pele,
marcando rimas no espelho.
Cada lembrança é um retrato,
pálido rastro de um ensejo.
Mas se o tempo é tão fugaz,
não o farei meu inimigo.
Que ele me leve onde quiser,
desde que eu vá contigo.
(Melancolia)
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FLORES E ESTAÇÕES
Depois de um tempo, a alma se refaz
Do peso do adeus que a desfez.
Aprende-se que o vento traz a paz
E as flores vêm dê nós, seres perfeitos.
O sol, que tanto aquece, também queima.
Os dias passam leves, feito estações.
Os ciclos varrem a dor que nos algema,
Deixando o vasto espaço nos corações.
Amores vêm e vão, lições eternas.
Estrelas viram nomes, pétalas em lágrimas.
Assim, nos libertamos das cavernas,
E o tempo faz da dor uma linda canção.
(Rena Alvesmont)
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Autor:
elfrans silva (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 31 de julho de 2025 13:44
- Categoria: Fantástico
- Visualizações: 20
- Usuários favoritos deste poema: Spell mesclados, Poeta por acaso, tiagocristão, DAN GUSTAVO, Sezar Kosta
Comentários4
Não obtive um tempo suficiente para participar, mais vi que ficou brilhante.....
Abraços a todos...
Olá ficou muito bom, gostei muito de participar
Não conheço a todos, mas podíamos fazer um grupo de wattzap pra organizar os próximos
Sucesso!!!
Gratidão aos amigos(as) poetas pelo empenho ao desafio desse mesclado.
Todos abrilhantaram com suas escritas com maestria e compreendimento do tema sugerido. O resultado é esse: Sucesso!!!
Parabéns ao grupo, e meus agradecimentos ao empenho de cada um.
Abraços poéticos. Feliz sexta-feira e abençoado final de semana à todos
(elfrans silva)
Foi um prazer meu amigo
Muito bom... que coisa linda ficou esse seu... ou nosso mesclado, meu irmão em letras! Linda demais a organização e também cada participação.. que venham outros! Um bom dia e ótimo final de semana!
E aí, pessoal do GRUPO POÉTICO SPELL!
Que legal ver como o tema "Frenesis aos Ventos" nos uniu de uma forma tão... tempestuosa! Li cada um dos poemas e, nossa, que vendaval de emoções! É como se cada um de nós tivesse colocado o coração no varal, e o vento, em vez de levar embora, soprou em todas as direções, mostrando cada pedacinho nosso.
Raquel, você começou com uma verdadeira "tempestade da alma", nos lembrando que cair não é o fim, mas sim um empurrão para a frente. Depois, ainda nos surpreendeu com a discussão sobre o futuro da poesia, um tema que nos faz pensar muito. Dan, seu poema nos jogou em um túnel do tempo, com um "vestido" que é muito mais que uma roupa, é uma memória, um afeto. E que vendaval de nostalgia!
Tiago, sua metáfora sobre o coração "sem saber nadar" foi genial. Mostra bem como a gente se atira em sentimentos rasos que, ironicamente, acabam nos afogando. Elfrans, você nos deu um balde de água fria com uma sabedoria incrível sobre o destino e os "ventos que nos movem".
Luana, seu "manual de uso" é de uma sagacidade impagável! É a prova de que o humor e a ironia podem ser ferramentas poéticas poderosas. E o Luciano... ah, Luciano, seu poema é a imagem perfeita de um coração "pingando agrura funeral". É o tipo de poema que a gente sente na pele.
Acho que, no fim das contas, todos nós, de uma forma ou de outra, colocamos o coração no varal para secar, para voar, para se libertar ou, simplesmente, para se mostrar. Cada um com seu estilo, com sua força.
Parabéns a todos! Continuem a balançar as palavras ao vento, porque o mundo precisa desse frenesi poético. É uma honra fazer parte desse vendaval!
Abraços,
Sezar Kosta.
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