Eu menti.
Eu menti.
Menti com a voz, com o corpo, com o olhar…
mas, por dentro, eu gritava teu nome.
Menti quando disse que queria viver outros romances.
Mentira.
Eu queria era me perder de você
porque não sabia me manter inteiro ao teu lado.
Você era luz demais pra um alguém que só sabia viver em sombra.
Menti quando beijei outras bocas,
mas nenhuma me salvou do teu gosto.
Eu fechei os olhos, fingindo prazer,
e vi teu rosto.
Vi teu sorriso murchando no fundo da minha culpa.
E mesmo assim… eu segui.
Fui fundo no erro.
Afundei.
Menti porque tive medo.
Medo de dar certo,
medo de ser feliz contigo e estragar tudo.
E, olha só…
eu estraguei sem nem tentar acertar.
Menti porque era fraco.
Porque amar você me deixava vulnerável demais,
e eu não sabia ser transparente.
Preferi inventar, fugir, me esconder.
Como se você não fosse o meu lar.
Como se não fosse você que me fazia respirar.
Agora tô aqui…
num quarto onde tudo tem teu cheiro,
mas você não tá.
No travesseiro, tua ausência pesa mais que meu corpo.
E o silêncio grita.
Grita teu nome.
Grita tudo que eu não soube dizer.
Eu menti.
E hoje… essa é a única verdade que me resta.
Carrego tua dor no peito como um castigo eterno.
Rezo pra sonhar contigo —
porque nos sonhos, pelo menos, você ainda me olha.
Eu menti.
E eu daria minha vida…
pra te ter de volta,
pra desfazer cada palavra falsa,
pra morrer só pra te ver viver inteira de novo —
sem mim, se for preciso.
Mas feliz.
Eu menti.
E meu castigo é esse:
te amar como nunca,
e te perder pra sempre.
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Autor:
Oliveir4xxz (
Offline)
- Publicado: 29 de julho de 2025 18:12
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 2
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