Anarquia social

Thomas Vasconcellos Ivanov



O que é mais fulcral em nossas vidas?
Somos nós? É a liberdade de escolhermos nossas decisões e ideias?

Seja a infeliz roda que age com soberba nas vidas dos seres acéfalos que compõem a sociedade,
e eles fazem um berro alto de um "não", que é a resposta — e agora, por quê? que não se cala.

Por que existem slogans e cartazes dizendo:
"Seja você mesmo", "Crie o seu modo de viver",
mas essa porra dos acéfalos — que compõem a maioriaé quem dita o que é certo, errado, o modo de viver.

É engraçado...
quando nós, anarquistas de espírito e fé, tentamos lutar nesse sistema injusto e desigual,
nessa porca chamada "sistema",
se ousamos falar ou discordar,
logo vêm a empresa, o governo, a mídia —
com um discurso orgânico, degradante e sensacionalista —
nos chamando de terroristas ou de deficientes mentais.

É cômico:
quando eu tomo as rédeas da minha escolha com livre e espontânea liberdade,
não sou visto como alguém destemido,
mas como um neurodivergente.
E o mais irônico: eu sequer sou um deles.

É hipocrisia demais:
uma sociedade que prega moralidade,
mas sequer faz o básico — respeitar o outro e suas escolhas.
Querem tomar as rédeas da vida dos outros,
como se fossem deuses da razão e da verdade.

Esses seres são tão banais
que trazem respostas tão porcas
que às vezes me causam nojo,
ânsia de vômito,
de viver e de conversar com gente desse tipo.

O que me intriga mais:
são tão ignorantes que nem sequer perguntam “por quê?”.
Essa ausência de um simples "por quê?"
revela o quão degradada é a maioria,
com uma mente supérflua e néscia,
nesse terreno desértico da inteligência.

E o pior?
É quando tentam ditar as regras da própria inteligência.
É de foder tudo mesmo.

E eu?
Tenho que viver e mastigar minha própria carne
pra conter essa agonia frustrante e eloquente,
essa angústia de suportar os próprios pensamentos.

Ódio de viver.
Ódio de aguentar.
Nem a liberdade escapa.
Mesmo sendo um alienado, tenho que ser alinhado,
senão sou taxado e repreendido.

Só tenho que aceitar um fruto de estupro mental,
e gerar um ser bastardo do sistema em minha mente.
Mas não quero que minha mente seja um fruto do sistema.

Quero viver, dizer minhas regras, sendo tudo isso... e continuo.
Continuo carregando o peso de minhas escolhas,
continuo carregando meus sentimentos só para mim,
continuo carregando minhas cicatrizes e vísceras
de angústia, de dor, de angústia.

Só, novamente, eu vou dar meu grito —
que espero seja meu último grito para este mundo hostil.
Porque vocês, banais, sim, vocês mesmos,
carregam esse discurso hipócrita
e sua mente eloquente e debilitante.

Por que insistem em carregar isso?
Vocês vão crescer e aceitar esse discurso.
Vocês vão carregar esse fardo para o resto de suas vidas.
E quando vão admitir que são preconceituosos, hipócritas
e têm tantos outros problemas e fobias?

Que seja meu último grito e meu último suspiro
nesse conflito que tenho com essa sociedade.




  • Autor: Thomas Vasconcellos Ivanov (Offline Offline)
  • Publicado: 29 de julho de 2025 13:32
  • Comentário do autor sobre o poema: Um grito contra a hipocrisia, contra o sistema que tenta moldar nossas mentes e escolhas. Um manifesto de raiva, liberdade e dor — mas, acima de tudo, de resistência.
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 2


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