O que é mais fulcral em nossas vidas?
Somos nós? É a liberdade de escolhermos nossas decisões e ideias?
Seja a infeliz roda que age com soberba nas vidas dos seres acéfalos que compõem a sociedade,
e eles fazem um berro alto de um "não", que é a resposta — e agora, por quê? que não se cala.
Por que existem slogans e cartazes dizendo:
"Seja você mesmo", "Crie o seu modo de viver",
mas essa porra dos acéfalos — que compõem a maioria—é quem dita o que é certo, errado, o modo de viver.
É engraçado...
quando nós, anarquistas de espírito e fé, tentamos lutar nesse sistema injusto e desigual,
nessa porca chamada "sistema",
se ousamos falar ou discordar,
logo vêm a empresa, o governo, a mídia —
com um discurso orgânico, degradante e sensacionalista —
nos chamando de terroristas ou de deficientes mentais.
É cômico:
quando eu tomo as rédeas da minha escolha com livre e espontânea liberdade,
não sou visto como alguém destemido,
mas como um neurodivergente.
E o mais irônico: eu sequer sou um deles.
É hipocrisia demais:
uma sociedade que prega moralidade,
mas sequer faz o básico — respeitar o outro e suas escolhas.
Querem tomar as rédeas da vida dos outros,
como se fossem deuses da razão e da verdade.
Esses seres são tão banais
que trazem respostas tão porcas
que às vezes me causam nojo,
ânsia de vômito,
de viver e de conversar com gente desse tipo.
O que me intriga mais:
são tão ignorantes que nem sequer perguntam “por quê?”.
Essa ausência de um simples "por quê?"
revela o quão degradada é a maioria,
com uma mente supérflua e néscia,
nesse terreno desértico da inteligência.
E o pior?
É quando tentam ditar as regras da própria inteligência.
É de foder tudo mesmo.
E eu?
Tenho que viver e mastigar minha própria carne
pra conter essa agonia frustrante e eloquente,
essa angústia de suportar os próprios pensamentos.
Ódio de viver.
Ódio de aguentar.
Nem a liberdade escapa.
Mesmo sendo um alienado, tenho que ser alinhado,
senão sou taxado e repreendido.
Só tenho que aceitar um fruto de estupro mental,
e gerar um ser bastardo do sistema em minha mente.
Mas não quero que minha mente seja um fruto do sistema.
Quero viver, dizer minhas regras, sendo tudo isso... e continuo.
Continuo carregando o peso de minhas escolhas,
continuo carregando meus sentimentos só para mim,
continuo carregando minhas cicatrizes e vísceras
de angústia, de dor, de angústia.
Só, novamente, eu vou dar meu grito —
que espero seja meu último grito para este mundo hostil.
Porque vocês, banais, sim, vocês mesmos,
carregam esse discurso hipócrita
e sua mente eloquente e debilitante.
Por que insistem em carregar isso?
Vocês vão crescer e aceitar esse discurso.
Vocês vão carregar esse fardo para o resto de suas vidas.
E quando vão admitir que são preconceituosos, hipócritas
e têm tantos outros problemas e fobias?
Que seja meu último grito e meu último suspiro
nesse conflito que tenho com essa sociedade.
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Autor:
Thomas Vasconcellos Ivanov (
Offline)
- Publicado: 29 de julho de 2025 13:32
- Comentário do autor sobre o poema: Um grito contra a hipocrisia, contra o sistema que tenta moldar nossas mentes e escolhas. Um manifesto de raiva, liberdade e dor — mas, acima de tudo, de resistência.
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 2
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