Eu vi a Julia florescer

por Carla, sua maior fã

Eu vi a Julia nascer do silêncio,
com a alma costurada por ausências,
e um coração que nunca deixou de amar, 
mesmo quando o mundo não sabia retribuir.

Vi uma menina cheia de perguntas,
crescendo entre paredes frias e olhares duros, tentando entender por que tanto amor em seu peito sempre era visto como exagero.

Eu vi a Julia ser ferida por quem devia protegê-la.
Ser julgada, excluída, silenciada.
Chamaram-na por nomes que não a pertenciam, tentaram apagar sua essência,
mas ela…
Ela sempre reacendia.

Mesmo com o peito cheio de cicatrizes,
ela descobriu que podia transformar dor em arte.
Na maquiagem, encontrou sua primeira forma de cura: Cada pincelada era uma forma de dizer
"Eu ainda estou aqui e sou capaz de criar beleza".

E como criou.

Vi essa mulher multiplicar beleza com as mãos.
Vi suas cores devolverem sorrisos a rostos apagados, seus toques devolverem autoestima a quem já havia esquecido de si.

Depois, ela foi além.

Vi a Julia se tornar uma cabeleireira de sucesso, aquela que não só transforma cabelos, mas também a alma de quem se senta em sua cadeira.

Porque ela entende de beleza,
não a que se mede em espelho,
mas a que floresce no afeto, no cuidado, na escuta.

E então… Ela brilhou no palco.

Vi a alegria dela dançar nas luzes do teatro,
como se ali, entre personagens e risos,
ela reencontrasse a menina sonhadora que um dia foi ferida.

No teatro, ela não fingia ser feliz, ela era.
E eu, ao ver aquilo, chorei em silêncio de emoção.
Porque ali ela estava viva. Linda. Plena.
Inesquecível.

Vi ela amar e também ser enganada.
Vi ela se doar até esquecer de si.
Mas também vi o dia em que ela levantou do fundo do poço, sacudiu os ombros e se escolheu.

E se ela ainda chora algumas noites, tudo bem.
Porque até as flores mais fortes precisam da chuva.
Mas eu sou testemunha: Ela floresceu.
Com raiz firme, cor vibrante e perfume único.

Julia, você é a mulher que resistiu ao caos.
Que fez da dor um jardim,
que fez da arte sua casa,
e da beleza, sua missão.

E se o mundo ainda não te reconheceu por inteiro,
não se preocupe.
Eu reconheço.
Eu aplaudo.
E te digo com todo meu coração:

Eu não sou só sua amiga.
Eu sou sua maior fã.