Thomas Vasconcellos Ivanov
24-07-2025
Escuto pequenos grunhidos —
de um rato acéfalo.
Falam de mim.
Por quê?
Por que falam mal de mim,
se sou nada, faço nada?
Sou o quê? Um cartaz ambulante,
escrito em minha testa: “IDIOTA”?
Será ironia do destino
me moldar para ser xingado?
Pessoas pseudo-moralistas,
futuros críticos das próprias mentiras,
me apontam o dedo.
Se são tão inteligentes,
por que se estressam como um gato molhado
sob água fria?
Gastam suas vidas melódicas
em gritos superficiais.
Ainda insisto na pergunta: por quê?
Vejo então um jardim longo —
cada planta, uma cicatriz minha.
Eu, jardineiro cansado,
planto duas sementes:
uma floresce “foda-se”,
a outra, “ser feliz”.
E mesmo que pragas surjam,
ratos saiam dos bueiros,
eu não luto contra eles:
apenas mudo de lugar.
Uma casa tranquila, sem ratos,
sem pragas,
onde mora o silêncio.
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Autor:
Thomas Vasconcellos Ivanov (
Offline)
- Publicado: 24 de julho de 2025 11:58
- Comentário do autor sobre o poema: .....
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 9
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