O pôr do sol aquidauanense
É de tirar o fôlego,
O crepúsculo visto do mirante paxixí
Encanta quem se deixa levar pelo sopro Celeste,
As estrelas que em outros lugares se escondem
Em Aquidauana deixam qualquer um deslumbrado,
O pantanal que Aquidauana habita
Reciprocamente,
O pantanal que ainda habita Aquidauana
É magnífico, apesar disso,
A natureza que Aquidauana habita
Reciprocamente,
A natureza que ainda habita Aquidauana
Corre um perigo terrível,
A cada ano que se passa
Vemos o número de animais silvestres
Que “invadem” o perímetro urbano
Aumentar gigantescamente,
As culturas e os anciões Terena
Nos avisam a tempos,
Para aqueles que tem ouvidos para ouvir
E olhos para ver
“Os animais são mensageiros”,
Então,
Quais mensagens esses irmãos menores nos trazem?
Eles nos dizem que, o pasto vem tomando conta de tudo
Eles nos dizem que, as florestas estão diminuindo
Eles nos dizem que, a vida deles e por consequência
A vida dos seres humanos está ameaçada,
Logo,
Eles estão “invadindo” nossas ruas
Desesperados, em busca de alimentos,
Eles estão “invadindo” Aquidauana
Em busca de vida para continuarem a viver,
Esses irmãos menores se iludem
Pois, ao chegarem aqui, o que eles encontram
É a morte,
É o asfalto duro, quente e putrefato,
É o concreto impermeável
Com quinas que não existem nas florestas,
É o sangue de seus iguais
Derramados no chão seco onde transitam os carros,
Para além disso, encontram pessoas
Que se quer percebem
A luz do Sol,
O som do vento balançando as árvores,
O canto dos pássaros que nunca deixam de nos acompanhar,
Encontram cidadãos que sem perceber
Ignoram a natureza em si
E em tudo o que os cerca,
Isto acontece por conta de que,
A maioria de nós ainda estamos
Absorvidados pela “babilônia” capitalista,
Onde as coisas valem mais do que as vidas,
Onde no pantanal
Mil hectares de pasto
Valem mais do que mil hectares de floresta,
Onde as pessoas valem o que tem
Não o que são,
Onde o dinheiro é deus
E tudo o que é vida
É seu escravo,
Então deixo a seguinte questão,
Ouviremos as mensagens dos animais silvestres
Que “invadem” cotidianamente essa “babilônia”
Ou continuaremos ignorando
E caminhando devotamente
Rumo a conta que está por vir?
Lembrem-se e preparem-se
Pois em agosto e setembro
As queimadas serão maiores
E veremos a lagoa ainda mais seca
Do que no ano que se passou.
Novamente!
Ouviremos as mensagens dos animais silvestres
Ou continuaremos bobeando?
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Autor:
Ronathan Zaurizio (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 21 de julho de 2025 22:32
- Comentário do autor sobre o poema: O poema foi escrito por conta de que, nesse ano, minha cidade (Aquidauana) iniciou-se inúmeros casos de onças aparecerem no perímetro urbano e se alimentarem de cachorro e gato. No pantanal houve até um senhorzinho que perdeu para uma onça que se alimentou dele, ele se chamava Jorge Avalo. Por esses inúmeros fatos foi necessário a escrita desse poema.
- Categoria: SociopolÃtico
- Visualizações: 1
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