Moça bonita é que nem pão saindo do forno —
todo mundo olha, sente o cheiro,
mas não sabe do fogo por dentro.
Eu mesma, andei me vestindo de brilho,
saltos que machucavam, batons que mentiam.
Gastava alma pra ganhar atenção,
e voltava pra casa com o corpo pesado
e a alma calada.
Até que um dia me vi cansada.
Nem triste, nem alegre — só cansada.
Tirei a maquiagem como quem reza.
E me olhei no espelho.
Não era uma imagem.
Era eu.
Era viva.
E isso dava uma paz...
Agora uso perfume porque gosto,
e sorriso porque é meu.
Quem me amar, que me veja varrendo casa
com um vestido velho e alma limpa.
Poema criado a convite do Spell mesclados
publicado junto com demais poemas: https://meuladopoetico.com/mostrar-poema-56420
Tema: BELEZA
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Autor:
Bulaxa Kebrada (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 21 de julho de 2025 22:05
- Comentário do autor sobre o poema: A gente vive numa era onde a beleza virou um produto de prateleira, algo a ser exibido, curtido, compartilhado. Filtros, ângulos perfeitos, vidas que parecem um catálogo de revista. Mas e a beleza que a gente não posta? Aquela que não cabe num frame de Instagram, que não rende um milhão de likes? Essa beleza mora no cheiro de café coado no sábado de manhã, na risada despretensiosa de um amigo que te entende sem palavras, na bagunça boa da casa depois de um dia de chuva e brincadeiras com as crianças. Está no cabelo desgrenhado de quem acabou de acordar, na voz embargada de emoção diante de uma música antiga, no silêncio cúmplice de um abraço apertado. A beleza de verdade é meio desajeitada, imperfeita, às vezes até um pouco caótica. Ela não se importa com a simetria do nariz ou com o abdômen trincado. Ela se aninha nas histórias, nas cicatrizes que contam superações, nos olhares que dizem mais que mil palavras. É a beleza do que é humano, do que é real, do que é vivido. E essa, meu caro, é a única beleza que realmente importa e que jamais sairá de moda.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 5
- Usuários favoritos deste poema: Luana Santahelena
Offline)
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