Sabe aquela sensação horrível de sufocar?
De abrir a boca, implorar por ar,
Mas o peito afunda, sem dó, sem par…
É isso. É esse o peso. Difícil até de explicar.
Não me afogo em rios, lagos ou mar,
Me afogo em mim.
Em pensamentos que gritam, sentimentos sem fim,
E mesmo sem saber o que é morrer afogada,
Sei bem como é viver sem respirar nada.
É um mergulho sem volta,
Um silêncio que machuca, que revolta.
A cabeça gira, o peito aperta,
E tudo o que você quer é uma porta aberta.
Alguns cortam a pele, pra ver a dor sair,
Focam no sangue, só pra conseguir resistir.
Não é coragem, não é fraqueza,
É só o desespero pedindo leveza.
Eu também já fui assim,
Com os braços em guerra contra mim.
Porque quando a alma sangra, ninguém vê,
Mas se o corpo chora, talvez alguém possa entender.
É pior quando dizem: “Você tem tudo, por que sente dor?”
Como se isso apagasse o ardor.
Como se sorrir fosse minha obrigação,
Enquanto carrego o mundo e meu coração em ruína, na mão.
Fui criada pra ser forte, pra ser luz,
Pra aguentar o que em mim já não conduz.
Pra ajudar, escutar, me calar, suportar,
Enquanto dentro de mim… tudo quer desmoronar.
E a maré nunca se acalma, só sobe, só cresce.
Mas ninguém vê quando a gente se esquece.
Esquece dos motivos, esquece quem era,
Só lembra que tem que sorrir. E espera.
Espera que amanhã cicatrize,
Mesmo quando a alma te avisa: “desista.”
Mas eu fico.
Mesmo afogada. Mesmo ferida.
Porque ainda respiro — mesmo que por pouco —
Ainda sou vida.
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Autor:
apenas escrevendo... (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 20 de julho de 2025 22:04
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 2
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