Eu amo você, mas o mundo me fez torto,
feito de cacos, pecados, silêncio morto.
Você é flor que nasceu no jardim certo,
eu sou espinho que brotou num deserto.
Minha alma é cicatriz, minha fé, quebrada,
minha infância, soterrada em madrugada.
Carrego no peito essa dor que não passa,
escrevo meus versos com sangue na praça.
Você tem perfume, eu tenho ferida,
você dá cor, eu dou rima sofrida.
Cê dança com o vento, eu luto com as grades,
você é calor, eu sou as tempestades.
No seu sorriso mora a luz do dia,
na minha voz só grita melancolia.
Eu rimo com ódio, você com ternura,
eu tenho as ruas, você, a doçura.
Mas mesmo assim, no caos que eu enfrento,
te vejo flor, plantada no meu tormento.
E talvez, quem sabe, se um dia eu sarar,
você me ensine também a florar.
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Autor:
Victor_Poeta (
Offline)
- Publicado: 13 de julho de 2025 13:38
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 9
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