Reflexões e inquietações

Jonas Teixeira Nery

Por ali me arrasto até haver na noite a amargura de tudo!
Só estarei sossegado numa casa pequena entre ternuras,
entre gestos, entre sorrisos amplos e afagos humanos. 
Aquela angústia antiga, que, por vezes, extravasa, me impacienta.

Há um cansaço, um desalento, que me inunda...
O meu sossego é feito de resignação, de ternura até às lágrimas,
de silêncios sem forma, que passam por mim, de impaciências.
Impaciências que me inundam, que me embalam, me constrange.

Perdi-me em meditações abstratas, num resquício de tristeza!
Uma inquietação enorme fez-me estremecer, mero reflexo da existência
desse amor temporal, persistente, angustiante, dissimulado.
Das minhas sensações interiores, um silêncio frio, muito cansaço.

No desalinho triste das minhas emoções, minhas ruinas resplandecem.
Não me conformo, minha inércia constantemente me detém,
uma saudade invade-me, tantas vezes, como agora, impertinente.
Busco, não encontro. Quero e não posso. Sonhos, sonhos desmedidos. 

Não tenho esperanças, nem saudades, só o cansaço de todas as ilusões,
um tédio inquieto faz-me não pensar mais em ti, sucumbo, desalinho...
Sou ponte da tristeza que habita em tudo, nesse entorno, nessa tarde.
Tu és meu cárcere, minhas angústias, minhas lembranças e redenção.

Aqui permaneço com minhas condições e medos, com minhas álgebras.
É domingo e não tenho que fazer. Passam as nuvens, a tarde passa.
Aqui, só espero que a noite chegue e traga teus passos e essa brisa, 
pela frescura aberta da minha janela, passa o vento, flutuando incerto...

  • Autor: JTNery (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 13 de julho de 2025 10:46
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 2


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