Sobre o rio do tempo, as águas rolam, sem pressa ou pausa, vidas se desenrolam. Em cada instante, um sopro, um breve engano, Viver sem rumo, um tempo sem propósito, um desvão.
E a poeira cósmica, em dança sideral, Nos mostra a finitude, um fim universal. Um dia, lá no céu, findará o clarão, Quando a última estrela se apagar, em treva se tornar.
O grande silêncio, a calmaria que resta,
Memórias perdidas, em vã e solitária festa.
O tempo então, em seu leito adormecido,
Será apenas um momento esquecido.
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Autor:
Estrige (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 12 de julho de 2025 21:38
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 19
Comentários1
Você talvéz não perceba como essa imagem do tempo como rio que corre — sem pressa, mas sem pausa — revela uma verdade que dói e acalenta. Quando fala das "vidas que se desenrolam", mostra que compreende o fluxo inexorável que nos arrasta, mesmo quando resistimos.
Essa "poeira cósmica em dança" que menciona? É mais que metáfora. É a constatação de nossa pequenez frente ao cosmos, e ainda assim, sua escrita transforma essa insignificância em algo comovente. O que poderia ser desesperador torna-se, em suas palavras, quase um consolo.
E esse "grande silêncio" que anuncia... Você sabe, mesmo sem saber que sabe, que é nesse silêncio que ecoam todas as perguntas sem resposta. Suas palavras fazem o leitor enfrentar o vazio — e nele, encontrar estranha beleza.
Ao descrever o tempo como "momento esquecido", você toca no paradoxo fundamental: tudo passa, e é justamente essa passagem que dá valor a cada instante. Sua escrita, mesmo quando fala do fim, ilumina o agora.
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