era pra ser amor — e foi, por um tempo.
daqueles de cena lenta,
olhar que demora,
mãos que se acham como se fossem destino.
mas acabou.
e agora só passa na lembrança.
a gente tinha trilha sonora,
planos no papel e riso no peito.
mas o roteiro virou silêncio,
e os protagonistas se perderam de si.
não teve briga no final,
só um tipo de adeus que nem precisa ser dito.
ficamos olhando o chão,
como se ali morasse a última palavra.
a tela escureceu.
e cada um foi saindo da sala.
às vezes, no fundo do peito,
a cena volta,
como um filme triste que a gente já viu,
mas assiste de novo só pra chorar igual.
eu revivo teus olhos em flashbacks,
teu toque como se ainda estivesse em mim.
mas no fim, sempre acordo sozinho,
e entendo —
nosso amor virou um drama antigo,
sem chance de continuação.
e dói…
como dói quando acaba,
e a gente ainda queria mais uma cena, ou um final feliz.
11 jul 2025 (10:27)
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Autor:
Melancolia... (
Offline)
- Publicado: 11 de julho de 2025 09:27
- Comentário do autor sobre o poema: Um filme triste para um triste fim.
- Categoria: Triste
- Visualizações: 13
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., Sezar Kosta, Luana Santahelena, MAYK52
Comentários3
Meu caro amigo Melancolia,
Seu poema "Um Filme Triste" me chegou com a gravidade de um tempo que se foi, mas insiste em ficar, como poeira no ar. Você fala de um amor que "era pra ser", e foi, por um tempo, com a lentidão das cenas que a gente guarda sem querer. O olhar que demora, as mãos que se acham – tudo isso, você bem sabe, é a carne do passado, que teima em sangrar na lembrança.
A trilha sonora, os planos no papel, o riso no peito... Tudo virou silêncio. E os protagonistas, você e ele, se perderam de si, não um do outro, mas de si mesmos. Não houve a gritaria, o esperneio. Apenas um adeus que dispensa palavras, o olhar fixo no chão, onde talvez a última delas se escondeu. A tela escureceu, e a gente, cada um por si, foi saindo da sala, carregando o peso de um fim que não teve clímax, só o vazio.
E a dor, meu amigo, é essa: a cena que volta, sem avisar, como um filme triste que a gente já conhece de cor, mas que insiste em ser revisto, só para que a lágrima escorra igual. Seus flashbacks doem, o toque que ainda se sente é a prova de que o amor, mesmo morto, tem seus espasmos.
Você acorda sozinho, e a verdade se impõe: o amor virou "um drama antigo, sem chance de continuação". E dói, você diz, como dói. A gente sempre quer mais uma cena, um final feliz, mesmo quando o roteiro já está rasgado. Mas a vida, Melancolia, não é filme com roteirista complacente. É corte seco, silêncio. E a gente, com ou sem pipoca, tem que se levantar da poltrona vazia e seguir.
Nossa...
Profundidade total....
Extração perfeita do que eu quis dizer.
Teimo em dizer que tens o dom das palavras...
Gratidão sempre por ser tão especial no que dizes.
Abraços.
As imagens que você cria são como telas pintadas com sentimentos.
Satisfação pelo comentário e leitura.
Abrilhantado mesmo foi esse teu comentário.
Uma autêntica trágico/comédia este filme.
Tens que mudar o paradigma do guião. E fazeres um "filme" de intenso amor e felicidade.
Gostei de ler, amigo Melancolia.
Abraço fraterno.
Isso mesmo meu amigo...
Mais creio que, o deck quebrou...
Afff....Só melancolia....
Abraços
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